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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Tripíadas Parte 4

Foram recebidos como lordes, na Areia Branca, e chamados à presença do Rei Galopim, senhor das terras e mares da Lourinhã, que preparou uma tainada e peras, onde não faltavam as tripas nem as francesinhas. O mais impressionante é que até tinham Super Bock. Depois de tachar, Galopim pediu a Vasco da Guna que fosse ao micro contar algumas passagens, sem tangas, sobre a heroica viagem à Ericeira e alguns episódios da história portoguesa. Vasco, que nunca foi tata, arreganhou a tacha e assim...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Tripíadas Parte 3

Nesse mesmo momento, ao largo de Medão Grande, Vasco da Guna ia caindo de cu:

– Olha m’esta! Já num chobe, carago. E pôs-se outra vez bom tempo. Num entendo nada, mas também pró caso, boa noite, ó Freitas… Siga!

A jornada ia longa e um dos marujos sugeriu que parassem ao largo da Consolação e fossem manjar uma mariscada a um restaurante muito conhecido das imediações, proposta que foi logo aprovada por unanimidade. Vasco deu ordem de ancoragem, ligou a marcar mesa para...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Tripíadas Parte 2

Guna, na verdade, não era nome de família, mas alcunha que ganhou, primeiro em puto, juntamente com a outra canalha da rua Escura, e depois, já moçoilo espigadote, devido ao facto de ser um ás no desporto urbano oficial do Porto, andar à guna. Não havia elétrico ou troleicarro que lhe escapasse. Aliás, até depois de crescido, já homem feito e com andante, de vez em quando, ia para a obra à guna, para desespero do pica. Quando casou, ainda lhe procuraram alterar o apelido para Vasco da Gina. Não era,...

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“Falar à Moda do Porto”: as expressões típicas da Invicta, agora num livro

“Falar à Moda do Porto”: as expressões típicas da Invicta, agora num livro

João Carlos Brito, reconhecido escritor portuense, lançou um novo livro em honra à Invicta. “Falar à Moda do Porto” está disponível desde o dia 7 de setembro e já é um sucesso, não só entre tripeiros, como também entre quem visita a cidade.

“Se há cidade que se identifica facilmente pela forma como aí se fala é o Porto. E, na sequência dos seus dois livros anteriores, Dicionário de Calão do Norte e Em Português nos (Des)entendemos, desta vez, João Carlos Brito compila os termos próprios da Invicta e das...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Tripíadas Parte 1

Poucos povos do mundo serão merecedores de tanto elogio como os tripeiros. Aqui, não há lugar para sostras. Quem anda à babugem tem os dias contados, pois um portuense não se permite muito tempo a coçá-los. Essa coisa de andar à gosma é defeito de outros meridianos. Por estes lados, dá-se ao zingarelho, embora o bom portuense encontre sempre tempo para dar ao sarrote. É uma homeostasia que apenas quem nasce na Ímbiqueta sabe controlar. É gente que dobra o garfo, que tira a camisa para salvar um...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Sermão do Padre Tone aos Cámones da Ribeira Capítulo 4

Fez uma pausa no discurso. Uma pausa ensaiada, daquelas que um bom orador sabe fazer, quando domina o seu público. Palmas, muitas palmas. A plateia estava conquistada. Ninguém pensava em dar de frosques. Todos coladinhos ao sermão. Os compromissos, se os havia, iam todos no Batalha. Tone pigarreou para aclarar a voz, abriu o chuço para se proteger da brasa e, sem endrominações, encorrilhou a testa e prosseguiu. Adivinhava-se mudança de discurso. Entrou de...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Sermão do Padre Tone aos Cámones da Ribeira Capítulo 3

Padre Tone entusiasmava-se quer com as suas palavras, quer com a reação dos cámones. Por isso, afanou a cadeirinha de uma peixeira que por lá andava e trepou para ter melhor púlpito. Os cámones, satisfeitos, chegaram-se mais para a sua beira, boquinha aberta, olhos arregalados, completamente paneleiros dos olhos. De admiração, certamente. E prosseguiu a dar ao badalo.

Vos estis molhus francesinhus! Descendo ao particular, falarei, não para a central, espero,...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Sermão do Padre Tone aos Cámones da Ribeira Capítulo 2

Olhou para o cebola. Eram onze menos um quarto. Ou, como se diz no estrangeiro, um quarto para as onze. Saiu, resoluto, da igreja e encaminhou-se para a Ribeira. Pelo caminho, passou na confeitaria da Alfândega, deitou abaixo dois napoleões, outras tantas natinhas e emborcou dois finos. Para dar coragem. E estava quase, quase a chegar à praça, quando o Bítaro Tasqueiro o convidou a entrar e a provar uns bolinhos de bacalhau que até os anjos do céu e-os-comiam, palavras...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Sermão do Padre Tone aos Cámones da Ribeira Capítulo 1

“Hostel”, anunciava a placa dourada, acabadinha de pregar por cima do batente. Uma pena. Durante cinco anos servira perfeitamente de residência paroquial. Ali, na rua do Infante, a dois passos da igreja de São Nicolau. Antes disso, muitos foram os párocos a dela fazerem o seu ninho para que a nobre função de condutor de almas e de homens fosse como manda a sapatilha. Mas até a dona Miquinhas, beata dos sete costados, se rendera ao poder dos euros e das modas. Casinha...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Andrades Parte 4

Quando o destino parecia traçado e a sua sina de diletante cada vez mais concreta, bateram-lhe à porta do consultório. E, com o caraças, era ela! Eduarda pedia ajuda para a filhota, que estava de molho. Foi imediatamente. Nada de especial com a pirralha. Que ficasse descansada e que procurasse desanuviar. Convidou-a para um fino. Aceitou. Houve léria até tarde, mas nada de molhar a sopa. Aquilo era coisa séria. Só o facto de ela ser casada o deixava lixado da mona.

Uns dias depois, teve visita do...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Andrades Parte 3

Carlos foi crescendo com muito sol e, mal ganhou força nas gâmbias, Afonso pô-lo nas escolinhas da Constituição. Quando fez dez anos, fez uma viagem a Inglaterra e foi com o avô à terra dos cámones, por onde se demoraram por dois meses. Haveria de entrar na escola quinze dias depois de as aulas terem começado, mas mais importante do que encornar os rios e as estações era ver a realidade ao vivo e a cores. E nada melhor do que ir ver uma final da Taça a Wembley, ouvir uns poéticos palavrões em Anfield...

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Pintor portuense vai levar a cidade do Porto ao Papa

Pintor portuense vai levar a cidade do Porto ao Papa

António Bessa, pintor portuense há cerca de 40 anos na Rua do Almada, no Porto, vai oferecer uma pintura a óleo ao Papa. A oferta será feita no evento mais falado do momento, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), e pretende levar a cidade Invicta até ao Papa.

Na gravura vê-se o Papa Francisco a acenar aos jovens e, “entre bandeiras de várias nacionalidades, surge, ao fundo, a Torre dos Clérigos e a Igreja da Misericórdia, na cidade invicta”.

“A bênção no Porto”, assim se intitula a obra de António...

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Os clássicos contados à Moda do Porto

Os clássicos contados à Moda do Porto Os Andrades Parte 2

Foi bem o Pedrinho até chegar àquela idade complicada das grandes decisões. Estudava no Seminário, primeiro ciclo para alcançar a batina, já a mamã tinha decidido que havia de prosseguir, claro, para o Seminário Maior e formar-se padre. Mas os dezasseis anitos do Pedro queriam outras missas e assim de repente viu-se metido em copos e saias, a convite de colegas mais velhos de Ermesinde, que lhe garantiam que a terra era mesmo de gajas boas.

Afonso de Andrade frequentava cada vez mais a...

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