O último fim de semana foi histórico para a cidade do Porto, que teve oportunidade de apresentar, pela primeira vez, o coração do rei D. Pedro IV, numa exposição na Irmandade da Lapa. Pelo local, de acordo com informações avançadas pela Câmara Municipal do Porto, terão passado cerca de 6.500 pessoas, o que levou o presidente, Rui Moreira, a sugerir exposições posteriores com o objeto.
A proposta do autarca é que o coração seja exibido “pelo menos de cinco em cinco anos”. Nessa altura, segundo explicou, “necessita de ser retirado da urna onde está guardado para reposição dos líquidos que garantem a sua conservação”.
As futuras exposições, destacou, permitiriam que as “futuras gerações também se possam aperceber, não apenas do que é o coração, mas do seu significado simbólico que vai para além da relíquia”.
As palavras do presidente da Câmara Municipal do Porto foram ouvidas no domingo, 21 de agosto, data em que foi assinado o protocolo entre o município e a Embaixada da República Federativa do Brasil em Lisboa, a porpósito das regras para a trasladação do oração.
O coração de D. Pedro, recorde-se, foi trasladado para o Brasil durante a noite do dia 21 de agosto, com o apoio da Força Aérea Brasileira, chegará ao destino esta segunda-feira, dia 22. Será recebido no Palácio Planalto, em Brasília, com «honras militares».
Rui Moreira e o comandante da Polícia Municipal do Porto, António Leitão da Silva, seguiram também viagem para o Brasil.
Depois da cerimónia, o coração será transportado para o Palácio Itamaraty, local onde ficará “em exibição «controlada» até às comemorações do bicentenário da independência do país, a 7 de setembro”. No dia seguinte, ruma ao Porto e deverá chegar no dia 9 de setembro, sexta-feira.
Nos dias 10 e 11 de setembro, o coração de D. Pedro voltará a ser exposto no Salão Nobre da Irmandade da Lapa. Os interessados terão, assim, mais uma oportunidade “para admirar de perto aquele bem patrimonial: no sábado, das 10h às 20h, e no domingo, das 10h às 16h”.
Recorde-se que a trasladação do coração de D. Pedro para o Brasil foi aprovada por unanimidade pelo Executivo municipal na reunião de 18 de julho.
Foto: Guilherme Costa Oliveira