Depois do anúncio de que a companhia aérea TAP iria reduzir o número de rotas a partir do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, o presidente da Câmara Municipal local, Rui Moreira, voltou a manifestar o seu descontentamento, embora admita que não se surpreende com a medida em causa.
“Tenho vindo a afirmar, há muito tempo, que o único propósito do Governo é transformar a TAP numa companhia regional para servir o ‘hub’ de Lisboa e Vale do Tejo”, afirmou, destacando a vontade da companhia aérea em “abandonar mais uma vez” a cidade do Porto.
Para o autarca, a redução de menos sete rotas a partir do aeroporto portuense e, consequentemente, a oferta de menos 705 mil lugares, em comparação com 2019, segundo foi avançado pelo Jornal de Notícias, é “péssimo para a cidade, para a região Norte e para a indústria exportadora”.
“É tempo de juntar esforços”, referiu Rui Moreira, apelando ao PS/Porto para que se pronuncie sobre a situação e diga “se concorda e é cúmplice” ou “se está disposto a fazer barulho”.
Neste apelo, o presidente da Câmara Municipal do Porto alerta também para a importância das “pessoas do Norte” perceberem que “o «hub» Lisboa, da forma que está a ser feito, é altamente prejudicial à nossa economia e que também procurem através disso escolher alternativas e também que façam as suas escolhas”.
“Será que todos os portugueses se sentem bem em pagar a fatura desta empresa que, de facto, só serve Lisboa e Vale do Tejo como se fosse uma empresa de transportes regionais?”, questionou.
Em causa, recorde-se, está o financiamento de quatro mil milhões de euros numa companhia aérea que, segundo considera Rui Moreira, está a “criar uma distorção no mercado”.
Ao longo dos últimos meses, o presidente da Câmara Municipal do Porto tem manifestado, publicamente, a sua opinião sobre a falta de investimento da TAP no aeroporto Francisco Sá Carneiro, que tem sido aposta de várias companhias estrangeiras, como a United, a Flyr, a KLM, a Easyjet e a Ryanair.
