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O Porto numa garfada

O Porto numa garfada

Com propostas doces, salgadas, de comer à colher ou simplesmente à dentada. O Porto é dono e senhor de uma gastronomia irreverente que, diariamente, conquista os seus conterrâneos e os milhares de visitantes que se aventuram por uns dias na cidade.

Desde a tradicional francesinha, às tripas à moda do Porto, passando pelos rojões e pelo mítico caldo verde acompanhado por uma boa sardinha assada, sobretudo na noite de São João, existe toda uma panóplia de propostas de “comer e chorar por mais”, não fosse Portugal um dos países mais ricos no que toca a esta arte.

Os pratos nortenhos são, geralmente, fartos e bastante pesados, estando presentes no cardápio de praticamente todos os restaurantes da região, conhecida por ser aquela onde se come comida de “melhor qualidade”, em “quantidades consideráveis” e a preços “bem simpáticos”.

A grande referência da mesa portuense é, sem sombra de dúvida, a emblemática francesinha, considerada um “património da cidade” e do povo, como referiu, em 2018, o historiador e gastrófilo Alfredo Sousa Pinto. O prato é composto pelo típico bife de vaca, por enchidos, como a linguiça e a salsicha, e fiambre, sendo, depois, coberto por uma dose generosa de queijo, que derrete com o delicioso molho de cerveja, cuja receita é o grande segredo da iguaria.

No total, segundo os especialistas, são cerca de 900 quilocalorias ingeridas num só prato, mas que não assustam, de todo, os entusiastas da gastronomia portuense, que são incapazes de dizer “não” a tal tentação. O mesmo acontece com as famosas tripas à moda do Porto, que estão na origem do apelido dos habitantes da cidade – tripeiros.

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Para conhecermos as raízes deste prato, com mais de 600 anos de história, é necessário recordarmos o tempo dos descobrimentos portugueses, com início em 1415, com a conquista de Ceuta, pela armada do Infante D. Henrique.

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Direção-Geral de
Agricultura e Desenvolvimento Rural

De acordo com Germano Silva, uma parte da armada que foi conquistar Ceuta foi aparelhada no Porto e, segundo conta a história, depois de as caravelas e naus estarem prontas a navegar era necessário carrega-las de mantimentos. “Conta-se que vieram muitos animais, aí do Douro e Douro e Minho, que foram abatidos e esquartejados. A carne que foi metida nas caravelas foi a carne boa e na cidade ficaram as tripas, as miudezas, as vísceras. O povo do Porto utilizou essas vísceras e fez com elas um prato, partindo daquele princípio de que«a necessidade aguça o engenho» tiveram imaginação suficiente para fazer um prato”, contou o jornalista e historiador, em entrevista ao JPN, na comemoração dos 605 anos das tripas à moda do Porto.

No entanto, adiantou existirem também mais duas versões da história, uma referente a 1832-33, altura em que a cidade havia ficado sem carne, pelo período de um ano, e os habitantes se viram “obrigados” a comer as tripas, e outra alusiva à crise de 1383-85. “À data, os portuenses enviaram auxílio para a capital, que estava cercada pelas tropas castelhanas e o Porto enviou uma armada em socorro não do ponto de vista militar, mas do ponto de vista alimentar, com mantimentos”, explicou, destacando que, nesse período, o Porto ficou novamente apenas com as tripas dos animais.

CONGA-Casa das Bifanas

Terá sido de umas destas três versões que nasceram as famosas tripas à moda do Porto. Inicialmente, o prato começou por ser servido apenas com tripas e pão e, aos poucos, foi ganhando novos ingredientes, como a barriga, a linguiça, o feijão branco, a cebola e a cenoura, servidos com arroz.

Não menos importantes na gastronomia nortenha são as bifanas, tradicionalmente devoradas à dentada num bom “molete” fresquinho. A receita teve origem nas Vendas Novas, mas, rapidamente, chegou ao Norte, em concreto à cidade do Porto, onde se caracteriza pelo corte do bife, mais fino, e pelo molho, repleto de sabores intensos, que explodem harmoniosamente na boca.

Na Invicta, não há espaço de restauração que não ostente na carta a tradicional bifana à moda do Porto. A esta juntam-se ainda propostas como os rojões, as papas de sarrabulho e o arroz de lampreia que, embora não tenham origens na cidade, já fazem parte dos segredos da sua gastronomia.

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