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Metro do Porto: Obras das linhas Rosa e Amarela avançam a bom ritmo

Metro do Porto: Obras das linhas Rosa e Amarela avançam a bom ritmo

Em menos de dois anos, a Metro do Porto terá a sua rede fortalecida com mais seis quilómetros que, somados aos atuais 67, darão à empresa o recorde histórico de 73 quilómetros de percurso. O acréscimo em causa deve-se à construção da nova linha Rosa, que fará a ligação entre a futura estação de S. Bento/Praça da Liberdade e a Casa da Música II, e à expansão da linha Amarela, que passará a ligar o Hospital de São João, no Porto, a Vila d’Este, em Vila Nova de Gaia.

Os trabalhos da empreitada da linha Amarela estão no terreno há, praticamente, doze meses, e os da Rosa há oito, afirmando-se, desde o primeiro momento, como uma presença incontornável em Vila Nova de Gaia e no Porto. Afinal, em curso está uma obra com uma envergadura que há muito o Norte de Portugal não contemplava, com a execução de sete novas estações de metro, cinco das quais subterrâneas, que, garantidamente, oferecerão à população local e aos milhares de turistas que, diariamente, visitam as duas cidades, uma acessibilidade ímpar a espaços emblemáticos e a equipamentos e serviços de primeira necessidade.

Mas, como realçou fonte do gabinete de comunicação da Metro do Porto, as potencialidades da construção da linha Rosa e da expansão da linha Amarela vão muito além da vertente da acessibilidade, tendo associada uma importante componente ambiental. “Prevemos que estas linhas transportem 33 mil passageiros por dia, o que permitirá evitar a emissão de quatro mil toneladas de CO2 [dióxido de carbono] por ano”, apontou.

Com epicentro na estação de São Bento/Liberdade, a Linha Rosa dá início a um circuito circular, de três quilómetros, até às futuras estações, subterrâneas, Hospital de Santo António e Galiza e termina na futura estação Casa da Música II, que terá acesso direto à já existente, com o mesmo nome. A partir da Casa da Música, os utilizadores poderão, depois, fazer a ligação às linhas Azul, Vermelha, Verde Violeta e Laranja.

Por sua vez, no que respeita à expansão da linha Amarela, com ligação entre o Hospital de São João e Santo Ovídio, o projeto envolve a construção de três novas estações – Manuel Leão, a única subterrânea e com a dimensão mais significativa, Hospital Santos Silva e Vila d’Este, situada numa zona residencial com mais de 17 mil pessoas. De uma forma prática, a expansão para sul, em Santo Ovídio, acontece através de um viaduto sobre a autoestrada, posteriormente a linha entra num túnel até chegar à futura estação Manuel Leão, servindo a Escola EB 2/3 Soares dos Reis e a RTP, e volta à superfície até à estação do Hospital Santos Silva, partindo, finalmente, para Vila d’Este.

As obras têm execução prevista para o final de 2023 e de acordo com a Metro do Porto e o consórcio Ferrovial/ACA, responsável pelos trabalhos no terreno, tudo indica que o prazo estabelecido será cumprido, estando “todas as estações disponíveis para começarem a ser utilizadas no início de 2024, preferencialmente no mês de janeiro”.

Numa visita às principais frentes de intervenção, a equipa da VIVA! teve oportunidade de testemunhar o avanço ritmado das linhas Rosa e Amarela e faz-lhe, agora, um ponto de situação sobre cada estação…

LINHA ROSA

Estação S. Bento/Liberdade

A futura estação S. Bento/Liberdade, com ligação direta a S. Bento, vai nascer junto ao Palácio das Cardosas, em formato de “U”, abraçando, assim, Lóios, Cardosas e Praça da Liberdade. Ao contrário do que inicialmente estava previsto, a empreitada não vai obrigar à remoção da estátua de D. Pedro IV, que permanecerá no local até à finalização dos trabalhos.

“Neste momento, estamos a trabalhar na caixa montante, que será o futuro desvio do rio de Vila. Estamos numa zona de estruturas de contenção, o que vai fazer com que, futuramente, os três braços que estão na praça sejam concentrados no desvio e nos permitam libertar a parte da estação em si, a estação da Liberdade, e consigamos fazer toda a contenção”, explicou o engenheiro Adriano Palma.

Paralelamente, as construtoras iniciaram já a escavação do local onde se situará a estação e que tem surpreendido pelos “serviços existentes em subsolo”. “Cada escavação que fazemos é uma novidade”, reforçou, fazendo alusão ao aparecimento dos extremos da Fonte da Natividade, que não se previa que estivessem tão distantes.

Com o fecho da Rua dos Clérigos, em novembro passado, as empresas conseguiram “entrar no coração da estação”, sendo lá que, atualmente, se centram a maior parte dos trabalhos. “Agora vamos rebaixar até à cota que nos permita fazer o ataque ao túnel e construir o túnel propriamente dito, que vai até ao Largo de São Domingos, que é o desvio do rio de Vila, e que terá dois ataques, um a montante, que será feito pela praça, e um a jusante, feito pelo Largo de São Domingos”, indicou ainda Adriano Palma.

Além disso, as empresas vão proceder, em breve, à remoção da catenária do elétrico, um trabalho que será feito em período noturno de forma a “não criar momentos de transtorno na cidade” e desviar, provisoriamente, a conduta da adutora, que vem de Santo António. Trata-se de uma conduta “muito importante para a cidade”, pelo que será feita “uma provisória e depois uma definitiva”.

“Futuramente, iremos também começar a desviar todos os serviços existentes na Praça Almeida Garrett, na Rua 31 de janeiro e na Rua Sá da Bandeira, ou seja, iremos entrar mais para o lado nascente da estação”, concluiu o responsável.

Hospital de Santo António

No Jardim do Carregal, local onde se situada a “segunda” estação da linha Rosa, já foi possível fazer a ocupação da área total do estaleiro para a execução dos trabalhos de escavação da futura estação Hospital de Santo António. “Para fazermos esta ocupação, tivemos que realizar “uma série de desvios de serviços”, adiantou o engenheiro Gilberto, no local, referindo que foi necessário canalizar o rio Frio, estando 80% desse trabalho executado. Durante o mês de março, o processo estará finalizado.

Adicionalmente, segundo explicou, também já arrancaram “os tratamentos de consolidação de solos” para realizar a escavação de um dos poços da estação, que vai dar origem ao túnel que vai ligar a estação Hospital de Santo António à estação S. Bento/Liberdade.

Concluídos estes trabalhos, dar-se-á continuidade ao “segundo poço de escavação”, que é o “poço elevador”, ou seja, “um poço de secção elíptica, que vai ser a frente de escavação que nos vai permitir a construção da estação por baixo do jardim”.

“A estação [em formato meio círculo] está constituída por duas cavernas que fazem uma espécie de um X. Nos extremos de duas dessas pontas existem dois poços [ou frentes de escavação], o poço saída de emergência, que é de secção circular, e o poço elevador, de secção elíptica”, resumiu.

Aqui, já se sente a ausência da estátua Abel Salazar, que teve que ser removida, temporariamente, por causa da construção da estação. O monumento está, atualmente, guardado num armazém da Câmara Municipal do Porto. Voltará ao local de origem assim que a empreitada estiver finalizada.

Galiza

A estação da Galiza, que vai ligar a Praça da Liberdade à Casa da Música, ficará localizada no início da Rua do Campo Alegre, servindo assim as escolas Gomes Teixeira e Infante D. Henrique, as faculdades de Letras, de Arquitetura e de Ciências e ainda o Centro Materno Infantil, os Jardins do Palácio de Cristal e o Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, sendo, por isso, uma estação com uma importância acrescida na linha Rosa.

De acordo com a Metro do Porto, a estação obedece ao método construtivo “cut and cover” e será composta por dois níveis – o mezanino e o cais -, tendo ainda quatro saídas para a superfície e elevadores que vão ligar a superfície ao cais.

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No terreno, João Gaspar, um dos engenheiros responsáveis pelos trabalhos, revelou à VIVA! que, até ao momento, já foi feito o desvio, de forma definitiva, de todos os serviços de infraestruturas de água, gás, eletricidade e telecomunicações que comprometiam a implantação da obra.

“Atualmente, estamos a fazer a escavação do corpo principal da estação. Do lado nascente, encostado à Rua Júlio Dinis, temos uma contenção berlinense, que é uma contenção provisória, e do lado oposto já estamos a fazer a cortina de estacas que fará parte, depois, do corpo principal da estação”, referiu, acrescentando que, depois de executadas todas as estacas do corpo principal da estação, os trabalhos ficarão centrados na escavação, cuja cota máxima deverá ser atingida no mês de julho.

De seguida, as empresas construtoras farão a “betonagem da laje de fundo” para, no início de setembro, começarem o ataque aos túneis a partir da estação e, em simultâneo, subirem também as estruturas internas da estação, com cerca de 140 metros de comprimento. Contudo, o cais, ou seja, o espaço que será de acesso ao público terá apenas cerca de 70 metros de comprimento.

Casa da Música II

A linha Rosa termina o seu percurso na futura estação Casa da Música II, das quatro a que possui maior dimensão, uma vez que irá servir a linha Rosa e também a futura segunda linha de Gaia, que estará concluída em 2025.

Nesta frente de obra, está a ser realizada a estacaria, que, posteriormente, “suportará o peso da estação e parte da estrada da Avenida da França”, que vai passar pela parte de cima e o metro, por sua vez, pela parte inferior. Segundo Manuel Campos, o passo seguinte será a realização do chamado “muro de Berlim”, ou berlinesa, que vai andar a cerca de 1,60 metros do passeio para que seja possível fazer a cortina do perímetro.

“Esta fase está bastante avançada. De futuro, vamos também atacar na estacaria para começarmos a escavação na parte de baixo da estrutura, que deve começar dentro de oito meses”, completou o engenheiro.

A estação em causa terá dois acessos principais, ambos subterrâneos, sendo que um estará situado numa zona próximo à atual estação Casa da Música e outro ficará junto à rotunda da Boavista.

LINHA AMARELA

A expansão da linha Amarela contempla, recorde-se, a construção de três novas estações, todas à superfície, à exceção de Manuel Leão, e de um viaduto que fará a ligação da já existente estação de Santo Ovídio à de Manuel Leão.

Os trabalhos nesta linha arrancaram, oficialmente, a 16 de março de 2021 e, de uma forma geral, já envolveram o “serviço de desvios afetados em várias áreas específicas”, detalhou Pedro Quintas, engenheiro da Metro do Porto responsável pelos trabalhos. No viaduto de Santo Ovídio, já foram colocadas “entivações, ou seja, uma construção provisória que suporta as terras durante uma escavação e estacas”, procedendo-se, atualmente, à execução de pilares.

Em Vila Nova de Gaia, o local onde os trabalhos são mais visíveis é, indiscutivelmente, em Manuel Leão, onde a Ferrovial e a ACA já efetuaram a escavação de um poço de 16 metros, que albergará a infraestrutura da futura estação. “É a estação da expansão da linha com maiores dimensões, 22 metros de profundidade e 42 de diâmetro. Possuirá ainda três pisos enterrados e um anfiteatro à superfície de uso público, contando igualmente com três acessos que servirão a RTP, a escola EB 2/3 Soares dos Reis e o Bairro do Rosário”, destacou o responsável.

Atualmente, a intervenção está centrada nos trabalhos de escavação do poço, até que se atinja a cota estipulada, e estão já a ser construídas as estruturas da estação.

Por sua vez, na estação Santos Silva, a força dos trabalhos é também bastante notória, com uma imagem que nos remete, imediatamente, para a passagem do metro: a abertura de um túnel, já com 107 metros de longitude, que ligará esta estação a Manuel Leão, numa distância de 600 metros.

Os trabalhos de abertura do túnel arrancaram em outubro do ano passado e deverão estar concluídos no mesmo mês de 2022.

Simultaneamente, decorrem também os trabalhos referentes à construção da estação, onde já foram realizadas “demolições e terraplanagens”, concentrando-se, agora, os trabalhos na “execução de um muro em betão armado”, como avançado por Pedro Quintas.

Em Vila d’Este, a última estação da expansão da linha, já se ergueu “um muro de contenção em gabiões”. Contudo, os trabalhos de construção da futura estação arrancarão apenas este mês.

Durante, pelo menos, mais 21 meses as obras de construção da linha Rosa e da expansão da linha Amarela vão continuar no terreno, avançando com a garra e a pujança que, há 28 anos, caracterizam a Metro do Porto. Naturalmente, são vários os condicionamentos intrínsecos às obras em causa, nomeadamente no que respeita às restrições de trânsito em vigor , mas a empresa tem sido exímia nas medidas adotadas para minimizar os incómodos causados, atuando sempre à priori.

A preocupação com moradores e comerciantes mais afetados tem sido constante, pelo que alguns cidadãos afetados pelo ruído das obras, que, em algumas estações de Gaia, estão a decorrer em horário noturno, foram realojados para um hotel na cidade, onde permanecerão “até estarem finalizadas as obras nesse período”, confirmou fonte do gabinete de comunicação da Metro do Porto.

Adicionalmente, a empresa investiu ainda 100 mil euros numa campanha que pretende apoiar os comerciantes e empresários do Largo dos Lóios e do Largo de S. Domingos durante as obras da Linha Rosa. Intitulada “Comércio do Porto”, a iniciativa, realizada em parceria com a Associação de Comerciantes [que ficou responsável pelo apoio logístico], envolve a utilização de tapumes, predominantemente cor-de-rosa, nestes dois locais de obra, com a inscrição de frases como “Saborear, passear, oferecer e comprar”. Os anúncios disponibilizam também “o nome de cada estabelecimento comercial afetado nas zonas em causa” e iluminam-se assim que escurece.

Além da decoração dos tapumes, existem também “cartazes e vinis espalhados pelas estações de metro e pelos veículos assim como imagens nos ecrãs da MetroTV”, salientou ainda o responsável de comunicação.

Outra das ações que tem sido fortemente implementada pelos dirigentes da Metro do Porto são sessões de esclarecimento, através de videoconferência, com a presença dos engenheiros responsáveis pelos trabalhos. As pessoas puderam expor as suas perguntas e preocupações e ver esclarecidas todas as suas dúvidas”, descreveu ainda fonte de comunicação da Metro do Porto.

Ainda que, por agora, se sintam alguns constrangimentos, inevitáveis numa obra desta dimensão, a certeza é que as novas linhas da Metro do Porto serão “um bem maior” para todas as entidades, quer individuais como coletivas, uma vez que, aquando da sua conclusão, potenciarão uma “envolvente plenamente requalificada e com melhores acessibilidades”.

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