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Câmara do Porto assina auto de consignação da obra do Matadouro

Câmara do Porto assina auto de consignação da obra do Matadouro

O dia 21 de outubro de 2020 “é um dia especial para o Porto”, assinalou o presidente da Câmara, Rui Moreira, na cerimónia de assinatura do auto de consignação do antigo Matadouro Industrial de Campanhã, com a empresa Mota-Engil, vencedora do concurso. O momento decorreu no próprio equipamento municipal e contou com a presença do primeiro-ministro, António Costa, que, tal como o autarca portuense, se mostrou visivelmente satisfeito por terem chegado a esta assinatura. 

Com arranque de obra previsto para setembro do próximo ano e prazo de conclusão de dois anos, este promete ser um projeto âncora para o “desenvolvimento da zona oriental da cidade, casa de atividade económica e empresarial, valências culturais e polo de dinamização social”, lê-se no comunicado divulgado pelo município do Porto, que cita algumas palavras do presidente, referentes às várias vicissitudes pelas quais o projeto passou. 

“Em 2016 tivemos a oportunidade de apresentar internacionalmente o projeto, na 21.ª Trienal de Artes, Design e Arquitetura, em Milão, projeto esse que sempre conteve uma fortíssima componente social. No entanto, depois do lançamento do concurso em 2017 e da adjudicação ao concorrente Mota Engil em maio de 2018, o projeto conheceu vários entraves, mesmo depois de ter deslumbrado o Presidente da República. Viria a ter o seu epílogo apenas em abril de 2020, com a concessão do visto prévio por parte do Tribunal de Contas”. 

A mesma “luta difícil” recordou o primeiro-ministro António Costa, sublinhando que tiveram que se “apoiar nos desabafos mútuos perante as dificuldades que iam surgindo, que tiveram que puxar pela imaginação legal para ultrapassar e vencer as barreiras que iam surgindo. “Levámos mais de quatro anos, mas felizmente levaremos muito menos do que isso para estarmos aqui a poder inaugurar esta obra, que a Mota Engil seguramente realizará no prazo contratado”, afirmou. 

Desativado há 20 anos, o antigo Matadouro Industrial do Porto vai ser alvo de um investimento de 40 milhões de euros, totalmente suportado pela Mota Engil, empresa que venceu o concurso para a concessão do espaço. 

Neste equipamento, projeto pelo japonês Kengo Kuma, em parceria com os arquitetos portugueses da OODA, está prevista a construção de uma grande cobertura que unirá o antigo e um novo edifício e também de uma passagem pedonal por cima da Via de Cintura Interna (VCI), criando “um impacto visual único a quem circula nessa artéria e uma rua pedonal que dará acesso à estação de Metro do Estádio do Dragão”. 

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“Aqui vai nascer a Rua do Porto, onde a população poderá facilmente aceder aos meios de transporte do Terminal do Dragão, através de uma ponte, ou circular por projetos de cariz empresarial, social, cultural, galerias de arte e ateliers de artes e ofícios tradicionais”, destacou Rui Moreira. 

O Porto. assinala ainda que o futuro Matadouro de Campanhã será polo de “desenvolvimento da atividade económica, com a consequente criação de emprego”, servirá “a instalação de valências culturais”, capazes de colocar Campanhã a par das dinâmicas existentes no resto da cidade, e vai ainda acolher “vários espaços de dinamização social relacionadas com o tecido social da freguesia”. 

De uma área de cerca de 26.000 metros quadrados, a parceria agora estabelecida vai permitir manter cerca de 20.500 metros quadrados, dos quais cerca de 12.500 m2 se destinam a espaço empresarial e quase 8.000 m2 a espaços a serem explorados pelo município. 

 “Haverá inúmeras valências, como um espaço com mais de 1.700 m2 destinado a Depósito de Obras de Arte ou uma extensão da Galeria Municipal, para a qual o município reserva mais de 500 m2. Teremos ainda um espaço com quase 500 m2 destinado a usos culturais e sociais diversos, e quase 1.800 m2 para a instalação de uma extensão do Museu da Cidade”. 

Recorde-se que a Mota Engil fica obrigada a cumprir o programa delineado pela Câmara do Porto nos próximos 30 anos, findos os quais, o equipamento regressará à gestão municipal. 

Foto: Miguel Nogueira | CM Porto

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