A terceira edição da Bienal Internacional de Arte Gaia, que vai decorrer entre os dias 20 de abril e 20 de julho, vai apresentar uma exposição antológica de homenagem ao escultor Zulmiro de Carvalho.
O núcleo central da Bienal Gaia 2019, organizada pela Cooperativa Cultural Artistas de Gaia, com o apoio da Câmara Municipal local, será a Quinta da Fiação, uma antiga fábrica têxtil localizada em Lever que acolherá 14 exposições, de 20 de abril a 20 de julho.
Mas a Bienal de Gaia vai estender-se a mais sete concelhos portugueses (Alfândega da Fé, Gondomar, Viana do Castelo, Seia, Estremoz, Braga e Monção) através de polos expositivos. Haverá ainda uma extensão a Vigo, Espanha.
O artista homenageado desta edição é Zulmiro de Carvalho, escultor natural de Gondomar.
“É uma grande figura a nível nacional que só não é mais conhecido porque vive no Norte. É um nome enorme da escultura contemporânea e merecia reconhecimento nacional e internacional”, disse o coordenador do projeto, Agostinho Santos, à Lusa, citado pelo Notícias ao Minuto.
A terceira Bienal Internacional de Arte Gaia contará ainda com exposições inspiradas na literatura ou comissariadas por mulheres ligadas à política. Uma delas é organizada pela ex-secretária de Estado da Emigração, Manuela Aguiar, tem o nome “Mulheres e Cidadania” e junta convidados de 15 países.
Ilda Figueiredo, presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação e vereadora da CDU na Câmara do Porto, é a comissária da exposição ‘Paz e Refugiados’ que junta 45 artistas, nomeadamente Margarida Tengarrinha, Zulmiro de Carvalho, Manuela Bronze, Elizabeth Leite, João Carqueijeiro, Henrique do Vale e Mami Higuchi, entre outros.
“No futuro desejamos que as nossas bienais originem diálogos entre a arte e as outras áreas artísticas como a literatura, o teatro, a música ou a dança, por exemplo. Este ano começamos com a literatura através de exposições inovadoras e desafiantes”, explicou Agostinho Santos.
Trata-se da mostra ‘Livre Mente’, com curadoria de Sérgio Almeida, focada no tema liberdade de expressão, na qual participam escritores e poetas como Gonçalo M. Tavares, Ana Luísa Amaral, Francisco Duarte Mangas, Richard Zimler, Rosa Alice Branco, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Amadeu Baptista e João Pedro Mésseder, entre outros, que foram desafiados a pintar, esculpir e fotografar.
‘Desempacotar a Cultura’, uma exposição individual de pintura de Do Carmo Vieira, vai apresentar uma série mostra de rostos de figuras da literatura portuguesa, pintados em pacotes de leite vazios.
Estão representados, entre outros, José Saramago, Sophia de Mello Breyner Andresen, António Lobo Antunes, Lídia Jorge, Natália Correia, Agustina Bessa-Luís, Manuel António Pina, Luísa Dacosta e Eugénio de Andrade.
Aos três prémios internacionais criados, com um valor pecuniário global de 15 mil euros, candidataram-se mais de duas centenas de artistas, oriundos de 13 países. Os trabalhos dos finalistas vão dar origem a uma exposição coletiva.
Agostinho Santos acredita que esta “aposta na qualidade” vai traduzir-se na “consolidação definitiva” do certame e de Gaia como “cidade das artes”.
