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Vinyl Disc

Vinyl Disc

“Não tenho diálogo com o digital”

Com um brilho nos olhos e uma paixão incomensurável pela música, Nuno Moreira vive a sua reforma dedicado precisamente ao que gosta: partilhar discos e acima de tudo, experiências. Com o Record Store Day aí à porta (22 de abril), a VIVA! foi conhecer melhor este projeto.

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“Reformei-me em 2013, ainda relativamente novo. Depois pensei: o que fazer? Então tentei fazer aquilo que gosto: ouvir música e adquirir o máximo de conhecimento nesta área. Compras e vendas online”, começa por desvendar Nuno Moreira.
“Depois começaram a aparecer discos que gostava imenso, mas que não vinham nas melhores condições. Eu tentei descobrir formas de os melhorar. Em casa não tinha condições para o fazer, então precisava de um espaço onde pudesse estar à vontade.” Nasceu assim o Vinyl Disc, que é também por outro lado, “uma forma de melhorar a coleção pessoal”.
A Vinyl Disc é, assim, um espaço de cultura na cidade do Porto: tertúlias sobre o vinil, leitura de publicações relacionadas com a música que se publicam quer a nível nacional e internacional e ainda a oportunidade de ouvir aquela música ou o disco que se quer recordar.

amlia_rodriguesNo baú das memórias

“Eu tinha 15 anos quando a minha mãe me ofereceu o primeiro gira-discos. Foi o primeiro contacto com o vinil. A partir daí comecei a economizar. Lembro-me que na altura andava a estudar na Infante D. Henrique, e vinha a pé da Areosa para angariar todos os tostões possíveis, embora eu tivesse uma mesada. Mas esta não chegava para comprar discos”, relembra Nuno Moreira com alguma nostalgia.
O seu gosto musical é “eclético”, abrangendo “todas as áreas da música: fado, rock, jazz…”.
Quanto a destacar nomes, num gosto e coleção tão diversificados, torna-se sempre complicado escolher artistas e bandas. “Por exemplo gosto muito da Amália Rodrigues, de algumas músicas do Carlos do Carmo, e gosto também dos fadistas modernos. Falando de rock português, há bandas que aprecio imenso. Gosto muito de uma banda de finais dos anos 70, princípios dos anos 80, Go Graal Blues Band. Gosto também dos Tantra, dos Psico… No rock anglo-saxónico obviamente gostava de Beatles, dos Rolling Stones na fase dos blues. No hard Rock/heavy metal aprecio Black Sabbath, Led Zeppelin… Do jazz, gosto de Miles Davis”.
Na juventude leu publicações musicais como a Mundo da Canção, nos anos 70. Ouvia programas de rádio como o “Em Órbita”. Mais tarde, também no éter, encontrou Luís Filipe Barros, com o “Rock em Stock”, António Sérgio no “Som da Frente” ou João Chaves no “Oceano Pacífico”. “Tentei estar sempre informado”, remata.

vinilPorquê o interesse no vinil?
“Porque há uma diferença muito grande entre a qualidade de som. É totalmente diferente a experiência de ouvir um cd, um tema em mp3, comparado com o alargamento de horizontes que o vinil proporciona”.
“Sem comparação, o vinil tem melhor som. Eu estou de acordo com os entusiastas que afirmam que o som do vinil está mais perto de uma atuação ao vivo. Está lá tudo”, sublinha Nuno Moreira.
“O vinil que eu aprecio é o analógico. O que está a aparecer agora nas Fnac´s é o vinil digital. Aliás, não tenho diálogo com o digital”, remata.

Vinyl Disc
Morada: Rua Ramalho Ortigão, 34, 3º esquerdo A – sala 1
Horário: Segunda a sexta, 14h-19h
Telefone: 968 114 966
Estilo de música: generalista

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