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Ventilador pulmonar desenvolvido no CEIIA está a ser testado em Braga

Ventilador pulmonar desenvolvido no CEIIA está a ser testado em Braga

Em resposta à emergência nacional e global de saúde causada pela Covid-19, o CEiiA – Centro de Engenharia para o Desenvolvimento de Produto e a comunidade médica e científica desenvolveram o Atena – assim se denomina o primeiro ventilador pulmonar português – que está já a ser testado em modelos vivos, animal e humano. 

O Atena surgiu na sequência das recomendações da Organização Mundial de Saúde para que os países obtivessem equipamentos ventiladores pulmonares para responder à epidemia, com base na estimativa que 14% dos infetados com Covid-19 têm pneumonia e 5% ficam em estado crítico, necessitando de ventilação externa para conseguir respirar e combater a doença.

Em três semanas, o trabalho conjunto entre 106 engenheiros de várias áreas do CEiiA, intensivistas, pneumologistas, anestesistas e internistas de hospitais públicos e privados do Norte e Sul do país e a Escola de Medicina da Universidade do Minho, chegou à fase de protótipo funcional e está em teste com pulmões artificiais, “cumprindo todos os requisitos funcionais definidos para o tratamento de doentes em falência respiratória aguda”, salienta o comunicado enviado à VIVA!.

“Os testes realizados em modelos mecânicos revelaram que o produto desenvolvido tem características que se comparam às dos ventiladores usados em unidades de cuidados intensivos”, revela José Miguel Pêgo, médico e professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho.

Os ensaios em modelos vivos, animal e humano, estão já em curso na Escola de Medicina da Universidade do Minho e no Centro Clínico Académico de Braga.

Segundo explica a nota, o Atena enquadra-se na tipologia de ventiladores mais avançados e complexos, os chamados “invasivos”, propondo uma arquitetura simples que permita a montagem rápida e a produção descentralizada, assegurando as caraterísticas técnicas e de segurança de um invasivo avançado, como: controlar todos os parâmetros essenciais para responder à doença respiratória aguda (volume corrente, frequência respiratória, FiO2, PEEP, rácio I:E, pressão de suporte, trigger, ciclagem), incluindo os modos de volume controlado, pressão controlada e pressão assistida; emitir alarmes críticos à monitorização do paciente (pressão pico, pressão fim expiração, pressão fim inspiração, volume minuto, frequência respiratória); funcionar a partir da rede de gases hospitalar ou de botijas (versão portátil).

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Utilização fácil e intuitiva, de fácil movimentação, seguro e fiável e simples de limpar e descontaminar são algumas das características do Atena, validadas pela comunidade médica.

“Em termos técnicos, deve garantir o seu funcionamento contínuo sem falhas por um período mínimo de 15 dias, 24 horas por dia, e ser compatível com outros componentes médicos”, acrescenta.

Até final de abril, o CEiiA prevê produzir 100 unidades, chegando, no final de maio, às 400 unidades. Nos meses seguintes, iniciar-se-á a produção descentralizada com o objetivo de atingir as 10.000 unidades.

O projeto é apoiado pela Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação La Caixa/BPI e REN.

“Este desafio coletivo de criar e produzir um ventilador pulmonar decorre da recomendação da OMS, mas também da responsabilidade especial da ciência e da tecnologia encontrarem respostas, do envolvimento de quem usa e sabe de medicina, de experiência em engenharia de desenvolvimento, mas sobretudo de cooperação e planeamento, de dedicação e compromisso. Para a comunidade crescente de profissionais envolvidos neste projeto, há um mesmo sentido: ‘por ti, por nós, por todos’, remata o CEiiA, centro localizado em Matosinhos.

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