
As Unidades de Saúde Familiares (USF) têm tido melhores resultados do que os tradicionais Centros de Saúde e os Cuidados de Saúde Personalizados, revela um estudo que vai ser apresentado no 6.º Encontro Nacional das USF, que arranca esta quinta-feira, na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). Em declarações à Lusa, o presidente da direção da Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar, Bernardo Vilas Boas, explicou que “quando estabelecemos alguma comparação, destacam-se melhores resultados das USF no seu conjunto, em particular do modelo B”. Segundo o responsável, que reuniu dados de 2013 a nível nacional, estas unidades mostraram ter “melhor acesso, desempenho, vigilância de saúde maternoinfantil, doença crónica e na área da prevenção oncológica, acompanhada de menores custos em medicamentos e MCDT (Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica)”. Dados da Administração Central do Sistema de Saúde revelam que as USF modelo B apresentaram um custo menor com medicamentos faturados por utilizador do que as UCSP. No que diz respeito à acessibilidade, as USF-B apresentaram “um resultado superior às UCSP em 128,15%” em relação à taxa de domicílios efetuados por médicos por cada mil inscritos, e um resultado também superior em 76,46% na taxa de utilização de consultas.
De acordo com Bernardo Vilas Boas, os bons resultados das USF de modelo B estão associados “à inovação em termos de organização, da criação de uma equipa multiprofissional de médicos, enfermeiros e secretários que têm um estatuto de autonomia e de responsabilidade em relação ao funcionamento da própria unidade”.