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Um país com tradições

Um país com tradições

Portugal é conhecido como o país dos 3F’s – Fátima, fado e futebol. Contudo, não são apenas estes três ícones que caracterizam o país de D. Afonso Henriques. De Norte a Sul, existem peculiaridades únicas que, regularmente, fazem as delícias de quem nasce em território português, de quem o visita ou de quem, por opção ou obrigação, criou, aqui, as suas raízes.

Quem por aqui passa diz que Portugal é sinónimo de “saudade”, e é-o pelas mais diversas razões… desde paisagens de “cortar a respiração” a uma gastronomia incomparável, aos mais diversos produtos de artesanato e festas populares e romarias. Portugal é um país de manifestações culturais, que preserva veemente, e que refletem toda a sua força, riqueza e história.

Exemplo desta tradição são os tão conhecidos Caretos de Podence, originários do Nordeste Transmontano e do Alto Douro. Com raízes célticas, os caretos são figuras conhecidas pelas suas máscaras rudimentares, feitas de couro, madeira ou latão, que deixam sobressair o seu nariz pontiagudo.

Como se lê na página dos Caretos de Podence, tratam-se de máscaras que representam “imagens diabólicas e misteriosas”, com chocalhos à cintura, que saem à rua, sobretudo, por altura do Carnaval para achocalhar a população e, assim, fazer a festa carnavalesca. Em 2019, estas figuras foram, oficialmente, reconhecidas, por decisão da UNESCO, Património Imaterial da Humanidade.

Já no caso do fado, Património Cultural e Imaterial da Humanidade desde 2011, teve a sua origem nas ruas de Lisboa, em momentos e convívio de lazer, depois de 1840. E, rapidamente, se desenvolveu até à riqueza melódica que hoje conhecemos e que fazem sucesso além-fronteiras.

Se, porventura, é apreciador de arte já deve, com certeza, ter admirado os bonitos azulejos portugueses, uma verdadeira obra representativa do país, com a típica cor azul. Reza a história que estes chegaram a Portugal, durante o século XV, vindos da cidade de Sevilha, Espanha, através de D. Manuel I e, atualmente, vestem variados edifícios e monumentos emblemáticos. No caso da cidade do Porto, em concreto, são visíveis, por exemplo, no claustro gótico da Sé, na Estação de São Bento e na Igreja do Carmo, servindo, também, de cenário de inúmeras fotografias publicadas nas redes sociais.

E no que respeita às festas e romarias, a popularidade também não é exceção. A decorrerem, essencialmente, nos meses de verão, entre junho e setembro, as festas revelam a cultura e a identidade do país, promovendo, além da musicalidade de cada região, a sua gastronomia, desde salgados aos doces, e, em alguns casos, conventuais, o que se revela numa das tradições portuguesas mais antigas e apreciadas.

“As receitas, algumas secretas, com centenas de anos tornam estas iguarias ainda mais especiais. Alguns acreditam que a origem da doçaria convencional portuguesa foi no século XV, quando o açúcar entrou na gastronomia dos conventos de Portugal”, destacou a National Geographic, numa reportagem a propósito das grandes pérolas portuguesas.

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Mas há muito mais para descobrir em terras lusas, como a filigrana portuguesa, o mítico galo de Barcelos e os lenços dos namorados. O primeiro ícone, do qual o exemplar mais conhecido é o famoso coração de Viana, é representativo da região Norte e expõe um trabalho artesanal bastante minucioso, realizado com fios muito finos e pequenas bolas de metal, soldadas de forma a dar o efeito pretendido.

Já o galo de Barcelos, um dos maiores símbolos portugueses, tem associado uma lenda bastante peculiar. Segundo se sabe, havia um galego, de passagem por Barcelos, a caminho de Santiago de Compostela, que era acusado de um crime que não havia cometido, sendo condenado à forca. No momento em que estava prestes a acontecer a sua execução, viu, na mesa do banquete, um frango assado, pelo que reiterou ser tão certo estar inocente como o galo cantar quando o enforcassem. E, curiosamente, o galo cantou nesse preciso momento… e o rapaz acabou por sobreviver, não pelo galo ter cantado, mas sim pelo facto de o nó da corta não estar bem feito.

De forma a eternizar a lenda, o artesão Domingos Côto criou o primeiro galinho de Barcelos e, por iniciativa do regime salazaristam o Galo de Barcelos começou, na década de 30, a representar Portugal em feiras internacionais, transmitindo a imagem idílica de um país ligado ao seu folclore. A tradição mantém-se até então, com milhares de casas portugueses a ostentarem esta peça na sua decoração.

O mesmo acontece com os tradicionais “lenços dos namorados”, peças de artesanato e de vestuário típicos do Minho, que estão intrinsecamente ligadas à cultura da região. A tradição começou por altura dos séculos XVII/XVIII, quando as raparigas apaixonadas, já com idade “casadoura”, começavam a bordar os seus lenços para entregá-los aos seus amados quando estes se ausentassem da cidade.

Nos lenços, eram bordados desenhos e versos, que se caracterizavam pelos erros ortográficos que apresentavam, característica que ainda hoje se mantém.

Além de todas estas tradições, Portugal distingue-se ainda pelos seus vinhos, em particular o do Porto e o vinho verde, símbolos incontornáveis da região do Douro, pela gastronomia, como o cozido à portuguesa, os rojões, o cabrito assado e o arroz de forno e o bacalhau, confecionado de inúmeras formas, o mirandês, língua típica da região de Miranda do Douro, com traços muito particulares, e pelo bonito cante alentejano, catalogado como Património Mundial da UNESCO.

Portugal está repleto de tradições e memórias, que surgem através dos cinco sentidos humanos, o olfato, o paladar, a visão, o tato e a audição. E, como vê, razões não faltam para visitar e desfrutar do que melhor ele dispõe…

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