PUB
Sogrape - Mateus Rosé

Um orgulho! Investigadores do Porto descobrem tecnologia capaz de estudar o Ártico

Um orgulho! Investigadores do Porto descobrem tecnologia capaz de estudar o Ártico

Mais uma vez, o Porto volta a assumir-se como uma cidade de referência. Desta vez, no mundo da tecnologia. À luz de investigações levadas a cabo por cientistas portuenses, foi possível desenvolver um sistema que, por intermédio de um robô, permite estudar o Ártico, de forma detalhada.

De um modo mais concreto, a tecnologia em questão consegue recolher de forma totalmente autónoma amostras de ADN ambiental em elevada profundidade e a temperaturas bastante baixas, tal como foi anunciado, esta quinta-feira, dia 12 de outubro (via Porto Canal).

Numa nota à imprensa enviada pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), é possível ler que esta nova ferramenta, chamada “biosampler”, já foi testada no Ártico.

Esta nova tecnologia trata-se de um sensor, em forma de cilindro, que recolhe informações bastante relevantes ao estudo da zona. De acordo com o Porto Canal, o “eDNA ou DNA ambiental é recolhido a partir de fragmentos que as espécies libertam durante o seu movimento, nomeadamente, células da pele, resíduos e outros fluidos corporais”.

A título de curiosidade, o teste efetuado às águas do Ártico aconteceu a 15 metros de profundidade, onde as temperaturas, “oriundas do degelo dos glaciares localizados nos fiordes do arquipélago ártico de Svalbard”, eram, naturalmente, muito baixas.

Afinal de contas, o que é que diferencia a nova tecnologia engendrada pelos investigadores portuenses? Para Alfredo Martins, do INESC TEC, a resposta é bastante fácil. Deve-se às suas principais características, que, quando comparadas com outros sistemas, se destacam: autonomia, capacidade de trabalhar em profundidade e a baixas temperaturas.

Num desafio tão exigente, quer do ponto de vista científico quer do ponto de vista da engenharia necessária, uma das investigadoras do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental (CIIMAR), Catarina Magalhães, enaltece a relevância desta nova tecnologia, de forma a compreender o clima.

PUBLICIDADE - CONTINUE A LEITURA A SEGUIR

De acordo com a própria, “esta tecnologia vai revolucionar a capacidade atual da monitorização biológica nos ecossistemas marinhos com particular relevância no oceano Ártico onde é urgente compreender o impacto das alterações climáticas” (via Porto Canal).

Através da nova tecnologia, será possível programar o timing exato da recolha das informações, na medida em que a data e a hora são programáveis. Associado a isso, as recolhas são mais eficazes, não só em termos quantitativos como em termos qualitativos.

Em termos de quantidade, na medida em que se torna mais fácil recolher mais amostras. Em termos de qualidade, atendendo ao facto de que as amostras contêm menos substâncias contaminadoras, o que permite estudar os resultados de forma mais objetiva.

Sobre esta grande investigação levada a cabo por investigadores portuenses, os mais otimistas acreditam que, num intervalo de tempo de cerca de dois anos, operar a 1.000 metros de profundidade poderá ser uma realidade.

Até que tal seja possível, “os trabalhos vão decorrer em ambientes externos, como no Ártico, sendo que continuará a ser necessária a intervenção humana caso a intenção seja recolher amostras a mais de 40 metros de profundidade”, de acordo com a mesma fonte de informação.

Ainda assim, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência considera que o “biosampler” tem plenas condições para que, muito em breve, consiga superar qualquer desafio de temperatura e profundidade.

Foto: Divulgação INESC TEC

PUBLICIDADE

PUB
Prémio Literatura Infantil Pingo Doce