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Um Objeto e os Seus Discursos por Semana

Um Objeto e os Seus Discursos por Semana
Histórias e espaços contados por quem sabe

O ciclo “Um Objeto e Seus Discursos por Semana” está de volta à cidade, com uma sessão todos os sábados, pelas 18 horas, passando por vários espaços do Porto, desde a Universidade do Porto, à Casa da Música ou ao Teatro Nacional de São João.
Nas mais de 30 sessões que restam até ao final do ano, os portuenses serão convidados a fazerem um roteiro pelo Porto, que contém livros, objetos e lugares que marcam a história da cidade.
Como nas edições de anos anteriores, muitas das conversas são referenciais, em torno do objeto escolhido, mas procuram sempre ir para lá deles e dos lugares onde decorrem as conversas.

Já este sábado são convidados o pianista Pedro Burmester, o geógrafo Álvaro Domingues e o curador Miguel Von Hafe Pérez, que vão discorrer em torno do catálogo do Programa Cultural do Porto 2001 Capital Europeia da Cultura, na Galeria Municipal do Porto. A entrada para esta sessão é gratuita.
Assim, e convocando o pensamento dos ideólogos e comissários, retoma-se um documento onde é fácil encontrar a filosofia programática de Paulo Cunha e Silva que a cidade homenageia, a partir deste sábado, com a inauguração da exposição “P.”.
obj1No sábado dia 19 de março, no Ateneu Comercial do Porto, Sofia Marques, Zulmira Santos e Paulo Lopes vão centrar-se na raridade que é a primeira edição da obra “Os Lusíadas” (1572) de Luís de Camões. 
Geralmente identificada por edição A, ou edição Ee, é hoje conhecida por edição “princeps”. No grandioso épico do povo lusitano – com dez cantos e 1102 estrofes, totalizando 8816 versos decassílabos – coexiste a ação das divindades pagãs e a tutela do sentimento cristão e da expansão da fé. Dois olhares distintos, a partir da literatura, do documentário, do teatro e do cinema, analisam as reverberações contemporâneas do poema fundador da nossa nação.
Num momento em que a autoria de obras atribuídas a Hieronymus Bosch presentes no Museu do Prado, em Madrid, é seriamente posta em causa, a sessão do dia 2 de abril é virada para a “Visão de Tondale”, pintura cuja assinatura não merece dúvidas. Está nela patente a obsessão de Bosch pelo tema do Inferno.
Os êxitos terrenos do brilhante guerreiro irlandês Tondale (ou Tungdal) fazem-no esquecer Deus e a sua alma é disputada por espíritos imundos. Mas um anjo afugenta os demónios e promete ao cavaleiro que, depois de uma visita de três dias ao inferno, poderá voltar a viver com a missão de avisar os seus contemporâneos da sorte que espera os pecadores.
Esta sessão, que vai decorrer na Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro e Luis Pinto Mesquita Carvalho, tem como convidados Maria José Goulão, Vasco Pinto de Magalhães e Inês Diogo Costa.
Para viajar com Fernando Távora e os seus alunos, através dos esquissos do arquiteto, no dia 9 de abril, a Fundação Marques da Silva será o palco para mais uma sessão, instituição que acolhe a sua memória documental.
obj3O relógio e o embalar do relógio será o tema para uma conversa na Casa da Música no dia 16 de abril. Amado e odiado, o relógio de ensaios lança a discussão sobre o tempo na música, sobre o nosso tempo e o que fazemos com ele, envolvendo o diretor artístico da Casa, António Jorge Pacheco, um compositor-investigador, Daniel Moreira, e uma especialista no sono e na vigília, Teresa Paiva.
A Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, portadora de um vasto e valioso espólio de artistas, incluindo uma pintura de Júlio Resende, a “Faina Fluvial no Douro” (1962), vai receber uma conversa que se centrará na obra do antigo professor da então Escola Superior de Belas Artes da cidade.
No misterioso e imponderável mundo da criação artística, propõe-se, a partir deste trabalho de um dos nossos maiores pintores, refletir sobre a arte, o mercado, o seu ensino e aprendizagem e a legitimação de criadores e artistas no meio académico. A entrada é gratuita.
No ciclo “Um Objeto e os Seus Discursos por Semana” deste ano haverá sábados para relembrar os anos áureos do Aniki Bobó, e o tempo em que a movida não tinha nome espanhol e se fazia na Ribeira (14 maio); para cheirar manjericos e discutir as suas tradições (11 de junho); para navegar num rabelo, (2 de julho), para refletir sobre Eiffel e a engenharia do ferro na cidade, a partir da escrivaninha do francês, exposta no Palácio da Bolsa (24 de setembro); ou tentar resolver o enigma do túmulo, descoberto no ano passado na igreja dos Clérigos, e que se julga ser a sepultura do arquiteto italiano Nicolau Nasoni. Tudo isto – histórias, objetos e lugares – envolto de mistérios que serão postos a descoberto.

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Texto: Raquel Andrade Bastos

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