“A última iniciativa foi um concerto de sensibilização, inteiramente realizado pelo blogue, que considero ter sido o evento que mais frutos deu. Conseguimos angariar 756 kg de ração”, contou a jovem, com entusiasmo. O concerto realizou-se no passado dia 26 e contou com a presença da banda portuguesa Lulla Bye. A ração angariada foi entregue ao Movimento Internacional em Defesa dos Animais (MIDAS), em Matosinhos.
“Felizmente há pessoas que acreditam em nós e que estão dispostas a ajudar-nos a cuidar dos nossos bichinhos. O contacto com voluntárias fantásticas e cheias de iniciativa, como é o caso da Renata, tem sido retomado. Iniciativas como estas são incríveis, quer em termos de ajuda efectiva, quer em termos de sensibilização”, salientou Cristina Ferreira, da direcção do MIDAS.
Despertar mentalidades
A sensibilização tem sido, portanto, a grande luta do MIDAS. A associação começou por realizar manifestações contra as várias situações de desrespeito dos direitos dos animais. “Paralelamente, eram realizadas palestras em escolas (…). Neste momento, em especial desde que a Câmara Municipal de Matosinhos nos disponibilizou o espaço, temos a nosso cargo alguns animais recolhidos pelo canil e salvos do corredor da morte”, referiu a responsável.
Renata Silva acredita também que a população está mais ciente da importância de proteger os animais. Ainda assim, considera que “ainda há um enorme caminho a percorrer”. “Vê-se pelas notícias… deixarem animais presos na varanda sem comida”, lamentou a jovem estudante, referindo-se à família de Gondomar que mudou de casa, abandonando os animais na varanda durante três semanas. “Infelizmente há muita gente ignorante que trata mal os animais”, acrescentou Renata Silva que recebe uma média de 50 a 60 e-mails diários com pedidos de ajuda.
As carências e os desafios
Apesar do trabalho que os amantes dos animais e as associações realizam para mimar os seus bichinhos, as carências ainda são muitas. “Começamos pela própria organização do espaço que precisa de imensas mudanças para podermos dar conforto e estabilidade aos nossos meninos”, confessou Cristina Ferreira, acrescentando a necessidade de voluntários e de materiais diversos, por exemplo para a limpeza das instalações. “Dinheiro? Sim, claro, também precisamos. As despesas são muitas, as ‘heranças’ anteriores também e há muitos animais para tratar e alimentar”, concluiu.
O desafio? “Que passem à acção”. “Se gostam realmente de animais façam algo por eles, não se fiquem pelo ‘gosto muito de animais’. Ajudar uma associação não é uma questão de tempo ou dinheiro, basta recolher todas as mantas e cobertores já velhos que temos em casa sem usar e entregá-los”, apelou Renata Silva. O resultado, esse, será compensador. “Quem nunca sentiu o olhar de carinho e agradecimento de um animal salvo da rua ou retirado de uma associação, acredite, ainda não conhece o amor puro e verdadeiro”, assegurou Cristina Ferreira.
Mariana Albuquerque