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Turismo do Porto e Norte: desproporção na retoma de atividade da TAP “é manifestamente incompreensível”

Turismo do Porto e Norte: desproporção na retoma de atividade da TAP “é manifestamente incompreensível”

O presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, mostra-se “frontalmente contra” a possibilidade da transportadora aérea nacional retomar a operação com apenas três voos a partir do Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

“Seria completamente incompreensível este esvaziamento da infraestrutura aeroportuária que serve o Norte de Portugal e que tem apresentado resultados fantásticos ao longo dos últimos anos, muito contribuindo para a dinamização de vários setores económicos da região e em que se destacam as empresas exportadoras e o turismo”, considera Luís Pedro Martins, tendo em conta as notícias sobre a retoma da atividade da TAP, que indicam que a transportadora irá arrancar com 71 rotas a partir de Lisboa e 3 no Porto (Paris, Londres e Funchal).

 “Será um erro grave da gestão da empresa, que o Estado, como grande acionista e na defesa do interesse da coesão nacional, não permitirá. A ANA refere que este aeroporto serve um território de cinco milhões de habitantes, se assim é, e considerando que a região tem 3,7 milhões, julgo ser do entendimento de todos que o aeroporto não serve apenas o Norte do País, mas também outras regiões, é alias extremamente redutor chamar-lhe o aeroporto do Norte. O aeroporto Francisco Sá Carneiro é um aeroporto português e que serve todos os portugueses”, frisa o responsável da TPNP.

Num comunicado intitulado “Turismo do Porto e Norte contesta disparidade regional na retoma da atividade da TAP”, a entidade recorda que o setor do turismo teve, ao longo dos últimos anos, uma importância fulcral para a economia do país, representando, em 2019, 17% do PIN nacional. Até à chegada da crise sanitária, a região do Porto e Norte era “o território que mais crescia em quase todos os indicadores, sendo que os números de fevereiro faziam adivinhar um ano de novos recordes turísticos”.

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Segundo estima a TPNP, na reabertura da atividade, o perfil do turista deverá “modificar-se consideravelmente”, “procurando férias mais curtas, em territórios de baixa densidade, e nesse aspeto o nosso território tem argumentos muito fortes. Uma quebra da operacionalidade da TAP para o Norte do País seria inibidora da captação desses turistas. Lembro que o Aeroporto Francisco Sá Carneiro crescia a 10 por cento ao ano e tinha registado 13 milhões de movimentos de passageiros, pelo que esta possibilidade que aponta para esta desproporção na retoma de atividade entre Lisboa e Porto é manifestamente incompreensível”, salienta Luís Pedro Martins.

Além das perdas turísticas a médio prazo, “também toda a economia da região seria seriamente afetada, uma vez que no Norte existe uma forte componente industrial de vertente exportadora que não encontraria na transportadora aérea nacional o aliado que se impõe”, acrescenta.

O TPNP refere ainda que, numa altura em que se fala da necessidade de intervenção estatal para salvar a empresa, estando mesmo em cima da mesa a possibilidade de uma nacionalização, “ter a empresa com o dinheiro de todos os contribuintes portugueses a servir preferencialmente uma região, com uma discrepância total, seria uma decisão que em nada contribuiria para a coesão nacional”.

Foto: Gonçalo Villaverde

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