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TNSJ dá início ao centenário com uma companhia “quase” residente

TNSJ dá início ao centenário com uma companhia “quase” residente

Afonso Santos, Joana Carvalho, João Melo, Maria Leite, Mário Santos e Rodrigo Santos. São estes os nomes que, a partir do próximo mês, vão fazer parte do elenco “quase” residente do Teatro Nacional São João (TNSJ), assinalando assim o início do programa do centenário do edifício projetado pelo arquiteto Marques da Silva.

A decorrer até março de 2021, as comemorações integram ainda a execução da operação “Reabilitação do Teatro São João e Programa Comemorativo do seu Centenário”, incluída no programa operacional NORTE 2020, e muitas outras iniciativas e espetáculos.

Durante março e julho de 2020, os espaços geridos pelo Teatro Nacional São João, que incluem, ainda, o Teatro Carlos Alberto (TeCA) e o Mosteiro de São Bento da Vitória, recebem mais de 30 espetáculos, incluindo três produções próprias, 11 estreias – nove de criadores portugueses e duas que vêm de “além-fronteiras” -, oito espetáculos internacionais e 11 coproduções.

O dia de celebração do centenário, 7 de março, será marcado pela reposição de uma das mais marcantes criações de Ricardo Pais, “Turismo Infinito”, a partir de textos de Fernando Pessoa, e que estará em cena até 9 de março, no TNSJ.  

7 de março: Um dia de “festa”

Neste dia, todos os espaços geridos pelo TNSJ vão acolher múltiplas iniciativas, celebrando este dia inaugural com abrangência e intensidade. Visitas guiadas especiais, projeção de “Castro” na Praça da Batalha – à mesma hora que decorre a sua apresentação no Teatro Aveirense –, masterclasses, apresentações dos Clubes de Teatro Sub-18 e Sub-88 ou leituras de textos dramatúrgicos são algumas das atividades propostas.

Eixos estratégicos: Descentralização e internacionalização

Com encenação de Nuno Cardoso, “Castro” será a primeira produção própria do TNSJ a integrar o elenco “quase” residente e estreia no dia 5 de março no Teatro Aveirense. Segue, depois, em digressão pelo país, com paragem no Teatro Nacional São João a partir de 27 de março, data em que assinala o Dia Mundial do Teatro, até 18 de abril. Também em abril, vai decorrer, no TNSJ, a pré-apresentação de “KastroKriola”, uma versão da peça “Castro” com atores cabo-verdianos e que se estreia em Cabo Verde a 5 de julho, Dia da Independência do país, materializando assim o protocolo de cooperação assinado pelos Governo de Portugal e Cabo Verde e pelo TNSJ em setembro de 2019.

100 anos percorridos em exposição e em livro

O TNSJ vai lançar uma coleção de seis volumes temáticos, apelidados de “Cadernos do Centenário”. O primeiro é apresentado no dia em que a instituição celebra o centenário, 7 de março, e será um “Elogio do Espectador”, compilando 100 depoimentos de várias personalidades portuguesas sobre 100 espetáculos programados pela casa. Já em setembro, a instituição vai inaugurar uma exposição que que contemplará diversos eixos temáticos – da arquitetura à história do edifício e dos seus usos, passando pela relação com a cidade e a história do país – e envolverá uma considerável amplitude de fontes e suportes/meios, do documento escrito à animação digital, da fotografia ao filme/vídeo.

O Olhar de Ulisses

Durante o ano de centenário, o Teatro Nacional São João vai acolher várias produções internacionais de relevo. Em mais de 30 espetáculos programados até julho, oito chegam de outras geografias, sendo que cinco deles são apoiados diretamente pela operação do NORTE 2020, num programa chamado “O Olhar de Ulisses”. Numa iniciativa que pretende ser inclusiva e plural, os espaços do TNSJ recebem criações de encenadores como Angélica Liddell (Espanha), Jorge A. Vargas (México), Sergio Boris (Argentina), Frank Castorf (Alemanha) ou Christiane Jatahy (Brasil). Integrado no Festival DDD, o TNSJ recebe ainda duas estreias nacionais – “ELENIT” (Grécia) e “L’Affadissement du Merveilleux” (Canadá) – e, no final do mês de abril, Mathilde Monnier (França), La Ribot (Espanha e Suíça) e Tiago Rodrigues (Portugal) apresentam “Please please please”, incluído na Semana +.

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Companhias do Porto em destaque nas estreias

Até julho, o TNSJ recebe nove estreias que vão desde a dramaturgia nacional contemporânea aos grandes clássicos, sendo oito delas de companhias da cidade do Porto. Em abril, é a vez d’A Turma e da Circolando, uma criação de André Braga e Cláudia Figueiredo, apresentarem os seus projetos, sendo que o primeiro coletivo estreia um tríptico de espetáculos encenados por Tiago Correia, Manuel Tur, António Afonso Parra e Luís Araújo.

Em maio, estreia a mais recente peça de Ricardo Alves, “A Palmilha Dentada, a partir de Molière. No mesmo mês, Rogério de Carvalho apresenta um trabalho para o Teatro do Bolhão, a partir da obra de Alfred de Musset. Os espetáculos prolongam as suas carreiras até junho e, em julho, estreia “A.N.T.I.G.O.N.A”, a nova criação de Gonçalo Amorim, do Teatro Experimental do Porto. Carlos Pimenta adapta Anton Tchékhov para o Ensemble – Sociedade de Actores. A única estreia de companhias fora do Porto é “Festa de 15 Anos”, uma produção do Colectivo 84, com encenação de Mickaël de Oliveira.

Reforço do projeto educativo e editorial

Em ano de centenário, o projeto educativo do TNSJ será reforçado. Entre as várias iniciativas agendadas, como é o caso de espetáculos, leituras, oficinas ou masterclasses, serão ainda apresentados publicamente os resultados dos Clubes de Teatro Sub-18 e Sub-88 e do projeto “Vicente e Pessoa, visitações”.

Bilhetes sociais em estreias solidárias

A partir de março, o TNSJ coloca em vigor a criação de uma “Bolsa de Bilhetes Sociais”, que vai favorecer o acesso aos espetáculos de pessoas com reduzido poder económico, abrangendo os alunos inscritos no sistema de ensino que são beneficiários do Serviço de Apoio Social Escolar (SASE). A bolsa é sustentada pela criação do bilhete “Estreia Solidária”, cofinanciado pelos convidados protocolares de estreia, que são chamados a contribuir voluntariamente com um valor simbólico de um euro, e pelos alunos beneficiários, que pagam um euro por bilhete.

Teatro Nacional São João fecha para obras em 2021

O TNSJ vai estar fechado de 31 de março a 1 de outubro de 2021 para obras de reabilitação, orçamentadas em 1,5 milhões de euros, revelou na terça-feira o presidente da instituição, Pedro Sobrado, à margem da apresentação da programação comemorativa do centenário da instituição. Segundo o responsável este será o maior “investimento extraordinário” desde a fundação do TNSJ. “A verba vai permitir preparar o TNSJ para três décadas de atividade ininterrupta. Em 2021, estaremos sob outras luzes e sobre outras tábuas”, realçou, de acordo com O Sapo.

Em causa está a realização de obras de reabilitação do edifício, a renovação do parque técnico do TNSJ e o reforço da atividade da instituição, nomeadamente ao nível da programação internacional, mas também através de um conjunto de ações que permitirão pôr em perspetiva os 100 anos da instituição.  

A obra está integrada numa candidatura global a verbas do programa Norte 2020, “Reabilitação do Teatro São João e Programa Comemorativo do seu Centenário”, no valor total de cerca de 2,3 milhões de euros, 85% dos quais financiados por fundos comunitários.

De acordo com Nuno Cardoso, diretor artístico da instituição, citado pelo mesmo órgão de comunicação, as atividades continuarão no Porto “dentro e fora de portas”, através de digressões, com uma “parte muito expressiva de atividades a ser direcionada para o Teatro Carlos Alberto”.

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