Depois de “Lugar Comum”, Tiago Nacarato acaba de editar o seu segundo álbum, “Peito Aberto”, que define como “policromático e multinacional”. Trata-se de um “disco intuito e experimental”, que o cantautor, com raízes brasileiras, traz ao Porto já na próxima sexta-feira, 27 de maio.
O Hard Club será palco deste concerto de apresentação especial, que terá Tatanka como convidado e se traduzirá num encontro “entre a poesia e o Groove”, destacou Tiago Nacarato, em entrevista à VIVA!.
O novo álbum demorou um ano a ser produzido e é composto por 11 temas, entre os quais se destacam “Matriz” e “Paz Interior”. A primeira canção é uma dedicatória ao “grande amor” do artista, Sandy”, enquanto a segunda assume particular importância pelo texto e pelo facto de ter sido “a única a ser gravada com a banda toda ao mesmo tempo”.
“Andorinha” é a música que abre “Peito Aberto” e que apresentada uma “toada alentejana”. “Fiz esta canção depois de ouvir uma amiga a contar que o filho iria sair de casa para seguir a sua carreira de futebolista. A história emocionou-me muito então escrevi sobre o assunto”, partilhou, referindo que para “conseguir chegar à verdade estética que queria” convidou Buba Espinho.
Todos os temas têm um significado associado e partilham muito daquilo que é, também, a vida de Tiago Nacarato. Esses reflexos veem-se, por exemplo, em “Carnaval”, escrita em Cabo Verde depois de ter vivido o Carnaval do local; “Novo-Estado-Novo”, que surgiu “depois de um episódio de privação da liberdade de expressão” e “Novo Começo”, que surgiu após a mudança de agência.
O novo álbum de Tiago Nacarato conta também com a primeira parceria com o músico Miguel Araújo, em “Cantando eu dou”. Trata-se de uma música que surgiu espontaneamente, depois do cantautor portuense a ter enviado pelo WhatsApp, acompanhada de uma imagem com um vaso azul com orquídeas rosa. “Enviei para o Miguel e disse «fiz a música a olhar para o vaso». Poucos dias depois, ele enviou-me a letra e ficou tão bonita que decidi gravar a canção”, pormenorizou.
“Aprendiz”, “Filosofia”, “Pode ser que eu não mereça”, “Peito Aberto” e “Paz interior” são as restantes músicas que compõem este disco, que, segundo Tiago Nacarato, difere do primeiro, sobretudo, pela “estética sonora” e o “sítio onde colocamos a voz na mistura”.
Peito Aberto é assumidamente inspirado em referências das culturas latinas e africanas, com um toque de música do mundo. Com uma poesia focada no quotidiano do artista e no que observa da situação económica e política do mundo, Peito Aberto é um “espaço” de tempo cheio de surpresas.
Depois do concerto de apresentação no Porto, que se segue ao de Lisboa, já esta sexta-feira, “Peito Aberto” vai ser apresentado no Rio de Janeiro e em Londres, respetivamente, nos dias 4 e 14 de junho.