Durante a próxima semana, o Teatro Carlos Alberto recebe o espetáculo “Língua”, uma criação de Cátia Pinheiro, José Nunes e Diogo Bento, que procura “dar «voz» aos gestos”.
Em “Língua”, em cena de 5 a 8 de novembro, os gestos “tomam de assalto” o espaço dedicado à cena e tornam-se protagonistas de um espetáculo em que a voz e o texto deixam de pertencer ao centro de operações, explicam os promotores.
“A comunicação assume um papel primordial no nosso dia-a-dia e a língua ouvida não é a única forma de falar”, alertam. Assim, numa tentativa de combater o “fonocentrismo” ouve-se um grito: “Sou só Surda. Até porque eu tenho uma voz. Aliás, tenho várias. Esta que me sai das mãos. E esta que me sai da boca para fora”, tal como conta a personagem de Joana Cottim, atriz surda que integra o elenco da peça.
O espetáculo procura “promover uma reflexão sobre o privilégio da língua ouvida e sensibilizar os espectadores para uma realidade na qual «reina» o sentido de obrigação para as pessoas falarem da mesma forma”. “Aqui, os papéis invertem-se e os ouvintes percebem finalmente os desafios que um surdo enfrenta quando assiste a um espetáculo de teatro”, lê-se na nota divulgada.
Direcionado a maiores de 12 anos, “Língua” pode ser visto na quinta e sexta-feira às 21h00, no sábado às 19h00 e no domingo às 16h00. O preço dos bilhetes é de 10 euros.
Depois da atuação no TeCA, o espetáculo, uma coprodução Estrutura, São Luiz Teatro Municipal e Teatro Nacional São João (TNSJ), vai ainda passar pelo São Luiz, em Lisboa, e pelo Centro Cultural de Ílhavo, em Aveiro.