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Solidariedade

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Apoio material, atenção e carinho

Na “Legião da Boa Vontade” (LBV), o reforço do espírito de Natal arranca logo no início de dezembro, com a atribuição de presentes aos agregados familiares. “Além das atividades para crianças e da entrega de alimentos e prendas às famílias e aos seus petizes em todo o país, durante o mês de dezembro, na cidade do Porto, a LBV realiza, nestas noites festivas, de Natal e de Ano Novo, o Programa Ronda da Caridade, levando a ceia aos sem-abrigo e àqueles que, por vários motivos, se encontram nas ruas”, esclareceu a instituição. E se, nestes dias, uma refeição quente já ajuda a enfrentar o frio de coragem renovada, a companhia e as palavras trocadas entre os voluntários solidariedade9e os sem-abrigo adquirem uma importância quase inquestionável. “O apoio alimentar e material é disponibilizado mas ressalvamos sobretudo a atenção e o carinho que acompanham os voluntários da LBV nestas ‘Rondas da Caridade’ e nas realizadas durante todo o ano nas cidades do Porto e de Lisboa”, sublinhou a entidade, em declarações à Viva.

Incentivar as pessoas a usarem a sua “mesa de família”

De mangas arregaçadas estão também os elementos do “Coração da Cidade”, instituição que serve uma média de 700 refeições diárias. Apesar de já não realizar, na noite de Natal, a ceia com os sem-abrigo, a entidade disponibilizará o seu serviço de Take Away para que, de forma gratuita, as pessoas possam ter o seu Natal em família. “Como estamos a funcionar, desde novembro, com o serviço de Take Away, vamos servir ceias de Natal, na tarde do dia 24 de dezembro, às famílias que habitualmente já beneficiam do nosso apoio. Nessa noite, o serviço é gratuito”, informou Maria Lasalete, presidente da instituição. De acordo com a responsável, a intenção é a de que “cada pessoa passe a usar a sua mesa de família”.

E na ceia oferecida não vão faltar os tradicionais ícones de Natal como o “bacalhau com todos” e as sobremesas típicas da época. Além disso, o “Coração da Cidade” vai ainda oferecer um prato de carne para o almoço do dia 25. “Como sempre, a este conjunto alimentar acrescentamos pão, fruta e laticínios para que nada falte nos pequenos-almoços e lanches das crianças”, acrescentou Maria Lasalete.

solidariedade7“O rosto da pobreza mudou”

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O aumento do número de pedidos de ajuda é uma realidade que se tem verificado nas duas instituições de solidariedade. “Há um crescimento significativo dos pedidos. Temos casos de famílias que já haviam recorrido à nossa organização há muitos anos – e cuja situação já se verificava estabilizada – que voltaram a procurar-nos, para além de outras que têm batido à nossa porta pela primeira vez”, afirmou a LBV, que testemunhou um aumento de 40% dos pedidos de auxílio, “via email, telefone, encaminhamento de outras entidades congéneres ou contacto pessoal”.

Por outro lado, tal como afirmou a presidente do “Coração da Cidade”, além da explosão do número de cidadãos em dificuldade, também “o rosto da pobreza mudou”. “As pessoas que vêm até nós hoje em dia são em maior número e diferentes, de uma classe social que estava habitada a trabalhar e não a pedir ajuda”, sublinhou a presidente, acrescentando que, além das refeições confecionadas diariamente, a instituição também ajuda mais 200 famílias carenciadas do grande Porto, assegurando-lhes, mensalmente, a totalidade da alimentação.

Conquistar voluntários dispostos a oferecerem algum do seu tempo para ajudar os cidadãos em dificuldades não é um problema, sobretudo na época do Natal. “Nestas noites, as pessoas estão mais atentas às necessidades dos outros e procuram realizar ações de solidariedade”, sublinhou a Legião da Boa Vontade. De acordo com Maria Lasalete, o “Coração da Cidade” sempre teve voluntários até em demasia, que têm de se adequar à resposta social da entidade.

solidariedade6“24 horas por dia a inventar formas de pedir auxílio”

Apesar de não faltarem pessoas dispostas a colaborar com as instituições, há sempre problemas que têm de ser ultrapassados. Na LBV, por exemplo, a manutenção dos programas socioeducativos “exige um esforço constante”. “Como Instituição, há os gastos físicos, rendas, luz, água, alimentação e material utilizado nas atividades das famílias, seniores, crianças e sem-abrigo. Para dar resposta a todas as despesas realizamos campanhas de recolha de alimentos, temos colaboradores individuais e coletivos. Procuramos, com a ajuda de voluntários, empresas e meios de comunicação, dar a conhecer o trabalho para que quem possa ajudar e quem precisa de ajuda nos contacte”, afirmou a LBV.

Por sua vez, para a presidente do “Coração da Cidade”, a principal dificuldade de uma instituição como aquela é, “acima de tudo, a indiferença dos representantes da autarquia e do governo em geral”. “As dificuldades financeiras são muitas, não temos ajudas do estado e a luta é constante. Vivemos quase 24 horas por dia a inventar formas de pedir auxílio”, confessou Maria Lasalete, salientando que as redes sociais têm sido instrumentos de grande valor. A responsável defendeu ainda que, apesar de liderar uma das entidades com maior capacidade de resposta, o “Coração da Cidade” é, talvez, “a instituição mais ignorada do país”. Ainda assim, acrescentou, os seus elementos não pretendem desistir daquela que consideram ser a sua obrigação moral – ajudar o próximo.

Texto: Mariana Albuquerque
Fotos: Virgínia Ferreira

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