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Sinagoga do Porto abre portas a lançamento de livro

Sinagoga do Porto abre portas a lançamento de livro
Sinagoga Kadoorie Mekor Haim abre, pela primeira vez, as suas portas ao lançamento de um livro – “Judeus Ilustres de Portugal”. Na obra, com prefácio de Miguel Esteves Cardoso, a jornalista Miriam Assor convida o leitor a viajar pelas vidas de 14 judeus, homens e mulheres, cujos nomes ficaram na História, entre os séculos XV e XX.

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A obra, editada pela Esfera dos Livros e com prefácio da Miguel Esteves Cardoso, vai ser apresentada na terça-feira, pelas 21h00, na maior sinagoga da Península Ibérica e uma das maiores da Europa. Cerca de 200 convidados vão assistir ao lançamento do livro, que será apresentado pelo historiador Joel Cleto e por Michael Rothwell, membro da comunidade judaica do Porto. O evento, que é uma exceção, já que a sinagoga tem recusado os pedidos das editoras que ali querem fazer a apresentação dos seus livros, irá decorrer na sala do 1.º piso, por determinação do rabino Daniel Litvak e do comité religioso, uma vez que a sala de culto não é utilizada para eventos culturais.
A autora explica que esta “é a primeira vez” que o seu livro “será apresentado numa sinagoga” e que há uma razão de peso para que isso aconteça no edifício da Rua Guerra Junqueiro, inaugurado em 1938. “A razão de ser a sinagoga do Porto ultrapassa a dimensão de um modesto livro: homenagear o seu digno e corajoso fundador Capitão Artur Barros Basto, cujo nome esteve injustamente manchado até 2012, e cuja história está devidamente contada no capítulo de Moses Amzalak. Falar deste meu livro é também falar do capitão”, sublinha Miriam Assor. Em 2013, A Sinagoga Kadoorie Mekor Haim celebrou o seu 75.º aniversário. Cerca de um ano antes, a Comunidade Israelita do Porto tinha visto reabilitado o nome do seu fundador, Barros Basto, alvo de segregação em 1937. Entre os “judeus ilustres” de que o livro de Miriam Assor fala, contam-se, por exemplo, Alfredo Bensaúde, fundador e primeiro diretor do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Alain Oulman, o compositor que revolucionou o fado e escreveu para Amália, o catedrático Moses Amzalak, líder da Comunidade Israelita de Lisboa, e Abraham Assor, rabino da Comunidade Israelita de Lisboa por meio século – e pai da autora. “O meu pai, como Cardoso e como judeu, sempre me ensinou que a desgraça de Portugal e dos portugueses não teria acontecido (e não existiria hoje) se os judeus não tivessem sido expulsos, pseudo-convertidos à força ou assassinados, pelos fogos pré-nazis da Inquisição, por terem sido obrigados a fingir que eram cristãos-novos”, escreve no prefácio da obra o escritor Miguel Esteves Cardoso.

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