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Serralves, um museu «mais conectado» com o mundo

Serralves, um museu «mais conectado» com o mundo

constituída por peças que integraram o espólio da fundação nos últimos quatro anos.
Suzanne Cotter, em entrevista à agência Lusa, lembrou que «ainda só passaram dois meses» desde a sua chegada, através de concurso público, vinda do Guggenheim em Nova Iorque. A exposição com trabalhos do espólio do museu foi para ela uma forma de «descobrir a coleção ao mesmo tempo que os visitantes a vão poder descobrir». A sua vontade é a de «pensar também nas formas como a poderá desenvolver», o que para a diretora, de 50 anos, passa por Serralves e a sua coleção «projetarem uma luz nas práticas artísticas em Portugal, mas também no contexto do que se passa globalmente».
«Agora é momento de avaliar as forças da coleção, ver as áreas em que tem de ser desenvolvida e as oportunidades, para, porventura, forjar novos pilares», sublinhou, acrescentando que «as ideias fundadoras permanecem, mas o mundo mudou e nós estamos muito mais conectados com ele. Há a nossa interpretação do mundo e de como ele tem sido moldado pela história recente e não podemos ignorar isso».
Para a curadora, é necessário «oferecer introspeção e perspetiva na produção artística, que são duas coisas muito interligadas hoje». «Os artistas estão a falar uns com os outros em todas as partes do mundo e aqui em Portugal eles não estão só a falar com artistas portugueses. Estão a falar com outros da América Central, da Bulgária, de diferentes partes de África, do Médio Oriente e nós temos de ser capazes de refletir isso na coleção, bem como o facto de todos estes diálogos que estão a decorrer fazerem parte da forma como a arte está a ser feita», defendeu. Suzanne Cotter considerou que o Museu de Arte Contemporânea de Serralves «é uma instituição com uma história muito importante, que tem estado na vanguarda durante uma década e meia, mas também tem um papel no diálogo artístico que decorre no mundo inteiro». Para a diretora, a posição que o museu ocupa no mundo da arte pode ser vista em «três dimensões»: Serralves em Portugal, a relação com outros países de expressão portuguesa e com outras importantes instituições de arte contemporânea em todo o mundo. A nova diretora de Serralves afirmou que este período de entrada na instituição tem sido «uma educação», com «a felicidade de ter um Conselho de Administração muito bom e pessoal muito experiente na instituição», com quem está a procurar avaliar o que é preciso «preservar a todo o custo e como em algumas áreas se poderá fazer de forma diferente», de como será possível «ser mais criativo com os recursos existentes e quais são as oportunidades para gerar mais recursos». As limitações financeiras, resultantes dos cortes do apoio do Estado «têm sido possíveis de gerir até agora», sustentou Suzzanne Cotter, que afirmou não ter «qualquer dúvida de que o apoio do Governo para Serralves e para a sua coleção é de suprema importância» e disse esperar poder «continuar otimista, a pensar que as coisas acabarão por ficar melhores quando a situação estabilizar». «Somos parte de um contexto mais lato, Serralves não existe num vácuo», concluiu.

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