Na antevisão da partida referente à 25.ª jornada da Liga NOS, que se disputa esta quarta-feira (21h15, Sport TV), no Estádio Municipal de Famalicão, o treinador do FC Porto garantiu que a equipa está bem preparada para o encontro com o Famalicão, a equipa-sensação desta época. O objetivo é só um: “somar os três pontos e manter a liderança isolada”, escreve o portal dos dragões.
“Estamos preparados e sabemos que vamos defrontar uma equipa que, para mim, é a verdadeira surpresa do campeonato. Tem muita qualidade individual e um treinador que está a demonstrar que tem categoria para fazer o trabalho que está a fazer e que tem futuro. Agora é treinador principal com muito mérito. Precisamos de estar equilibrados em Famalicão para não sermos surpreendidos”, disse Sérgio Conceição, que se mostrou feliz por voltar às conferências de imprensa.
“É com gosto e enorme prazer que estou aqui outra vez depois de praticamente três meses fora da competição, das conferências. Algumas vezes com opiniões divergentes, mas é sempre bom estar de volta. Nós nunca parámos. Não fomos de férias e trabalhámos sempre. Isso demonstra a vontade e a esperança que tínhamos de que o campeonato ia ser retomado, para demonstrarmos no campo que éramos e que somos a melhor equipa. Queremos acabar sendo a melhor equipa do campeonato, pois isso é que é importante”, disse o técnico do FC Porto.
Para Sérgio Conceição, “estes quase três meses não foram fáceis para ninguém. Foi preciso sermos inteligentes na forma como queríamos manter o plantel sempre a trabalhar e motivado, como o foco e a esperança de que as coisas iam ser retomadas. A equipa está focada e a trabalhar muitíssimo bem. Fez um trabalho fabuloso nestas últimas semanas, mas também no tempo em que esteve em casa. Houve um grande esforço de toda a gente no clube. Obrigado a todos e aos jogadores pelo trabalho que fizeram”.
O técnico do FC Porto considera que a interrupção das competições “não beneficiou ninguém. Ninguém estava à espera desta pandemia e da situação em que o mundo se encontra. Não quero entrar num discurso em que uma equipa ganhou coisas e outras não. Esta crise não beneficiou ninguém e o futebol também sofre. Houve muita gente a perder pessoas que lhes eram queridas. É redutor estarmos a falar especificamente do futebol e se uma equipa ganhou mais ou menos do que outra.”
Sérgio Conceição salientou a necessidade de a equipa se apresentar equilibrada a vários níveis, tendo em conta o “mundo novo” com que se deparará neste retomar da competição. “Temos um mundo novo e as normas de segurança são para toda a gente. O futebol faz parte dessa responsabilidade social e toda a gente tem que ter essa responsabilidade. Não é fácil salvaguardar a saúde das pessoas, mas aquilo que desejo é que não se entre num exagero e que um futebol seja um exemplo positivo. Mas a minha grande preocupação é a equipa do Famalicão. Vamos jogar num ambiente limpo, pois somos todos controlados. Aproveito para dar os parabéns por se terem criado as condições para terminar o campeonato. Sou a favor de tudo aquilo que faça do futebol um espetáculo.”
Depois de tanto tempo sem jogar, Sérgio Conceição reconheceu que será sempre uma incógnita a forma como o jogo irá decorrer. “Tivemos imenso tempo para preparar este jogo. Quanto ao que vamos encontrar, é uma incógnita. Trata-se de um desafio diferente do que tivemos até agora. Agora, na preparação do jogo, aí foi preparado da mesma forma. Há, sim, a dificuldade daquilo que vamos encontrar do outro lado”, admitiu.
O treinador do FC Porto abordou ainda a questão dos jogos sem público: “Vai ser diferente entrar num jogo oficial sem público. É como os condimentos que faltam numa boa salada, mas se temos fome, temos que a comer na mesma. Temos fome de voltar a jogar e de ganhar, de conquistar títulos. É com essa fome que temos de ir lá para dentro. É como se tivéssemos os nossos adeptos nas bancadas a apoiar-nos do primeiro ao último minuto. Temos de olhar para o jogo dessa forma, mas é óbvio que vai ser diferente. Falta o incentivo dos adeptos aos 93 minutos, que faz falta e que é essencial naquele momento. Até as assobiadelas fazem falta. Muito sinceramente, não é a mesma coisa, mas temos de olhar para a situação e enfrentá-la como ela é. Vamos jogar num estádio sem público frente a um adversário que vai querer fazer o seu jogo e ganhar.”
No regresso à competição, o FC Porto não vai poder contar com Alex Telles, que vai cumprir castigo, e Ivan Marcano, que se lesionou num treino. Também Nakajima estará ausente. “É sempre mau não ter todo o plantel à disposição. Lamento profundamente o que aconteceu ao Marcano, é um elemento importante para nós. O Nakajima não está no grupo de trabalho. A direção tratará a ausência da melhor maneira, neste momento não há muito mais a falar”, concluiu Sérgio Conceição, que se mostrou tranquilo “pois toda a gente está comprometida em fazer o seu papel na equipa. Jogue quem jogar, a eficácia defensiva será grande, tenho a certeza.”
De recordar que, à entrada para as dez rondas finais, o FC Porto soma 60 pontos e o Benfica 59.