Num momento em que os cidadãos se limitam a comprar quase só o necessário, o responsável reconheceu que o ano 2013 será “menos positivo, porque o desemprego vai aumentar e o consumo diminuir, fatores que afetam diretamente o comércio tradicional, a restauração e a hotelaria”.
As preocupações de Nuno Camilo foram partilhadas com a CDU, que solicitou o agendamento de uma sessão extraordinária da Assembleia Municipal do Porto para a discussão do tema. Durante o encontro, marcado para esta segunda-feira, vão ser analisados alguns temas da esfera governamental, como o IVA, que subiu de 13 para 23 por cento, o difícil acesso ao crédito e a lei do arrendamento comercial que, para uma associação empresarial ligada à hotelaria e à restauração, é uma “ameaça constante do despejo fácil”. Ainda assim, existem outros aspetos diretamente ligados às câmaras municipais, nomeadamente o estacionamento, as taxas municipais sobre os “reclamos” que muitos estabelecimentos comerciais possuem, “as esplanadas e os toldos”. Na sessão de hoje, a CDU pretende “apresentar duas propostas de recomendação, uma ao Governo, sobre o IVA na restauração, e outra à câmara sobre questões que são da sua competência”, segundo adiantou Artur Ribeiro, daquela força política.
Por sua vez, o Bloco de Esquerda (BE) irá “propor que a Câmara realize um estudo” sobre o impacto de algumas medidas governamentais – como a subida do IVA e a lei de arrendamento comercial – na economia portuense, “para que se possa depois delinear políticas municipais” de apoio aos comerciantes. Também o Partido Socialista (PS) considera que a autarquia poderá ter “uma posição mais proativa, no âmbito das suas competências, para tentar minimizar o forte impacto negativo de algumas medidas que o Governo está a tomar por força do processo de ajustamento” económico-financeiro a que Portugal está sujeito desde 2011. Ainda assim, O PSD recorda que a câmara não tem estado parada, defendendo que, “há uns anos atrás, o Porto estava bem pior do que agora”.
