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São João na Boavista: A realidade dos que trabalham e dos que se divertem

São João na Boavista: A realidade dos que trabalham e dos que se divertem

A cidade do Porto vive até dia 24 de junho uma das épocas mais esperadas do ano. A maior festa dos portuenses – o São João – anima os bairros e as zonas mais emblemáticas da Invicta, tornando-se impossível não entrar no espírito das celebrações.

À Praça de Mouzinho de Albuquerque, ou popularmente conhecida Rotunda da Boavista, os divertimentos chegaram a 26 de maio. Este é um dos pontos obrigatórios no roteiro das festividades e o primeiro a assinalar os dias de animação.

Por se tratar de um dos locais mais procurados para celebrar o São João a VIVA! quis não só conhecer a realidade de quem trabalha neste negócio, mas também daqueles que fazem das idas à Rotunda da Boavista uma tradição e se divertem nas diferentes atrações.

A trabalhar “no ramo dos carrosséis” desde 2007, por influência do marido, Dora Nogueira contou que o negócio “tem estado a ficar cada vez mais complicado”. “Com o covid estivemos parados e as despesas também têm aumentado, pela crise económica. As pessoas tendem a gastar mais na alimentação e a parte da diversão é onde gastam menos”, afirmou.

Ainda que tenha passado pouco tempo desde que está no local este ano, a proprietária considera que as vendas “estão mais fracas, com a chuva já sabemos que as pessoas não vêm”, testemunhou. “O ano passado foi um ano relativamente bom porque as pessoas ainda vinham saídas do covid, queriam liberdade, queriam divertir-se”.

Este é um trabalho duro que envolve muito esforço físico. Dora Nogueira explicou que existem equipamentos «mais fáceis» de montar do que outros e descreveu que o seu carrossel “demora cerca de 12 horas para ficar pronto a funcionar”, visto que “tudo é montado ferro a ferro”. Outros como os carrinhos de choque “já vêm a reboque e é só abrir as plataformas”, conseguindo-se montar em cerca de quatro horas.

Apesar da inflação os preços dos bilhetes para o seu carrossel foram mantidos: “uma ficha 3€, duas 5€ e seis 10€”. Assim é também na atração de Maria Rodrigues, que garantiu à nossa reportagem que “os preços são os mesmos do ano passado”.

“Não vou aumentar e também não dá para fazer isso, até porque mesmo assim as pessoas acham que é muito caro”, lamentou.

Neste negócio “desde que nasceu” revelou que tem o seu próprio carrosel há cerca de 20 anos. Estar presente na Rotunda da Boavista, pela altura do São João, já é “um hábito de muitos anos”, sendo que é também conhecida “noutras romarias do Norte, como por exemplo em Barcelos, nas redondezas do Porto, e as mais longe são em Lamego e Régua”.

“Para já está um bocado fraco”, uma vez que ainda se vive o início das celebrações e “ainda faltam vir muitos carrosséis e outras coisas para aqui”, disse Maria Rodrigues, referindo que “ao longo dos anos se tem notado um decréscimo”. “Vamos fazendo algum negócio, mas não é aquela afluência que era dantes”, sublinhou.

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As expectativas para estes dias de festa até à grande noitada são “as melhores” e espera que o negócio “resulte bem”. Sobre o futuro e se vale a pena manter-se no ramo de trabalho a proprietária é firme: “até ver sim. Quem manda são as pessoas, se elas aderirem ou não”.

Conhecedora e presença assídua nas comemorações de São João da Rotunda da Boavista, Rita Silva já vivia as festas neste local “desde que era criança”. Encontramo-la com os seus dois netos, um de três anos e outro de quatro: “fui buscá-los ao infantário e fiz questão de vir dar uma volta com eles. Vimos sempre aqui à Rotunda da Boavista, já é algo que faz parte do nosso São João”, sublinhou.

Relativamente aos preços considera que 5€ por “duas fichas” é “um pouco caro”, mas confessou que “pelos netos uma pessoa faz tudo” e irá trazê-los mais vezes até dia 24.

Da mesma opinião, Júlio ironizou afirmando que os preços “estão como uma refeição na Baixa do Porto, cada vez mais caros”. Natural da Corunha e emigrado em Portugal, há já vários anos, foi pelo segundo ano consecutivo à Praça de Mouzinho de Albuquerque com a sua filha, agora de dois anos.

“Escolhi vir aqui com a milha filha porque é o local mais perto de onde moro, mas a verdade é que acho que está um pouco pobre, o ano passado tinha mais atrações”, mencionou.

Isabel Santos também costuma optar por este local por ser perto do sítio onde mora, tornando-se já uma tradição. A sua neta e amiga contaram alegremente que esta é uma das suas alturas preferidas do ano. Quanto aos carrosséis “são todos fixes, não conseguimos escolher, gostamos de todos”, disseram.

De salientar que as várias atrações na Rotunda da Boavista estarão em funcionamento de segunda a quinta-feira das 14h às 23h, à sexta-feira das 14h à 1h, aos sábados das 10h à 1h e aos domingos das 10h às 23h. No dia 23 de junho vai ser possível «andar» nos divertimentos das 14h às 6h.

Recorde-se que o programa oficial de São João da Câmara Municipal do Porto arranca no dia 16 de junho com diferentes concertos pelas freguesias do concelho.

Para ponto alto das celebrações, a noitada de 23 de junho, são esperadas as atuações de Emanuel, Cláudia Martins & Minhotos Marotos, Miguel Araújo, Fogo Fogo, David Bruno e Moullinex.

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