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Sabia que a famosa espada de D. Afonso Henriques pode ter sido perdida por D. Sebastião?

Sabia que a famosa espada de D. Afonso Henriques pode ter sido perdida por D. Sebastião?

A beleza da história e, também, aquilo que faz com que a mesma tenha a sua mística bastante própria é o facto de, para os nossos ouvidos, tratar-se de uma espécie de lenda. Se aconteceu ou não? Como não estivemos lá para ver, vamos ouvindo o que nos é transmitido ao longo das gerações e vamos acreditando nas evidências.

Mesmo assim, o mais engraçado de tudo isto é que mesmo as evidências, por vezes, vão mudando, e os testemunhos vão, também eles, variando. Neste caso, a história é repensada, no que toca à espada de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, que se encontra exposta no Museu Militar do Porto e que, pelos vistos, poderá nunca ter sido manejada pelo próprio.

De acordo com o conhecido historiador Jorge de Alarcão, D. Sebastião, “ao preparar a expedição a Alcácer Quibir, pediu ao prior de Santa Cruz que lhe cedesse a espada do fundador, religiosamente guardada no mosteiro” (via Porto Canal), tal como é referido no seu livro “Memórias de Coimbra”.

Face ao pedido feito por D. Sebastião, Jorge de Alarcão refere que “os cónegos caíram na asneira de lha emprestar”, ao que, posteriormente, “não querendo reconhecer que tinham perdido a espada, inventaram uma história”, que dizia que D. Sebastião “ter-se-ia esquecido dela na nau em que navegava”, não a tendo utilizado em Alcácer Quibir (via Porto Canal).

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O historiador vai mais longe e afirma, ainda, que há uma forte probabilidade de a espada ser pertencente ao século XIV, sendo que pelas suas próprias características físicas, “não pode ter sido feita no século XII”, com base na análise do seu colega catedrático e investigador, Mário Barroca, que põe a hipótese da espada ter sido feita entre 1578 e 1609, de forma a substituir a original.

Sobre o tema, Jorge de Alarcão não tem grandes dúvidas, sendo que, tal como cita o Porto Canal, “a questão de saber se a espada do Museu Militar do Porto é, ou não, a verdadeira espada de D. Afonso Henriques pode considerar-se hoje resolvida”.

Estas e outras tantas ideias são defendidas pelo professor universitário de 88 anos, Jorge de Alarcão, na obra “Memórias de Coimbra”, que, no entender do próprio autor, “é um livro sério, mas mais acessível ao comum das pessoas que gostam de história”, tal como refere a mesma fonte de informação.

Foto: Porto.

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