O ex-presidente da Câmara do Porto Rui Rio (PSD) defendeu esta segunda-feira em Leiria que é necessário apostar num entendimento entre os partidos eleitos, sobretudo o PS e o PSD, de modo a combater a crise política. Logo no início da sua intervenção, durante a conferência “De Portugal para o Mundo”, organizada pela Liga dos Amigos da Casa-Museu João Soares, em Leiria, Rui Rio referiu que não é candidato “a nada”. “Não tenho de ter grandes preocupações em ter muito cuidado com as palavras. Não sou candidato a nada. Tenho uma liberdade para poder meter o dedo na ferida, como acho que deve ser posto”, sustentou. Antes do arranque do encontro, o ex-autarca realçou que não irá fazer oposição à liderança do PSD de Pedro Passos Coelho, sublinhando que a sua intenção, até ao final do ano, é definir “em definitivo” a sua vida profissional. “Não tenho fortuna de família. Tenho de trabalhar e é isso que eu quero. A minha preocupação é essa”, acrescentou.
Durante a conferência, Rio referiu que não vê “hipóteses nenhumas de [o país] sair desta crise política – e não económica – sem um entendimento entre os partidos do regime”. “Aqueles que são os filhos da democracia têm obrigação de cuidar do pai e da mãe. Não podemos pedir esta tarefa a um partido da maioria apenas, mas a todos os que foram eleitos, sobretudo ao PS e PSD”, disse. Questionado pelo público se o Presidente da República deveria intervir num entendimento de regime, Rui Rio considerou que vão realizar-se as eleições europeias, pelo que a intervenção, a ser feita, deverá acontecer no início da próxima legislatura. “Cabe ao Presidente da República um entendimento, mas acho que também pode caber a um líder, do PS ou PSD. Se não for nenhum deles, pode ser o Presidente da República, mas é preciso que todos queiram”, frisou.
