Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, apelou esta segunda-feira, dia 22 de janeiro, para que sejam aplicadas as medidas para “retirar pesados da Via de Cintura Interna (VCI)”. A decisão havia sido acordada por um grupo de trabalho em 2020, pelo que o autarca responsabilizou o Governo e o Município de Matosinhos pela sua “não implementação”.
“Nós não precisamos de reativar grupo de trabalho nenhum. Ele tirou conclusões. As conclusões estão tiradas. Portanto, é apenas aplicar as questões. É apenas aplicar o que foi decidido. A Câmara Municipal do Porto fará a sua parte, e a sua parte é uma intervenção, ainda com algum peso, nas saídas e entradas da VCI no Porto” reiterou Rui Moreira à Lusa, de acordo com a notícia avançada pelo Porto Canal.
Segundo as mesmas fontes, o movimento independente Aqui Há Porto!, “que apoia Rui Moreira”, acusou Luísa Salgueiro, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, de, devido à proximidade das eleições de 2021, ter voltado “atrás na decisão” revertendo “a anuência dada à alteração dos pórticos de portagens nas autoestradas identificadas, cujo resultado é a manutenção do estado da VCI”.
“Quando os municípios contíguos solicitam ao Porto uma abordagem mais abrangente e metropolitana para a região, é notável que, ao depararem-se com decisões impopulares junto de seus próprios habitantes, optam, não raras vezes, por empurrar a responsabilidade para o Governo ou, como neste caso, para o Município do Porto, prejudicando desta forma soluções para o problema da mobilidade metropolitana”, aponta o movimento.
De acordo com Rui Moreira, “independentemente das decisões dos municípios, esta é uma decisão claramente do Governo e da IP [Infraestruturas de Portugal]”, sublinhando que como “a VCI é claramente, do Estado, através da IP”, “se há um problema na VCI, tem de ser o Estado a decidir”.
No foco do problema estão o trânsito e os acidentes causados pelos veículos pesados na VCI, ao que a solução encontrada foi passá-los para a A41-CREP (Circular Regional Externa do Porto), com isenção de pagamento de portagens.
“Matosinhos diz que depois de ter participado naquele estudo chegou à conclusão que para alguns dos seus habitantes isso estaria inconveniente. Mas isto é uma matéria que o Governo tem de articular com Matosinhos, já não posso ser eu”, reforçou o autarca à Lusa.
Segundo o Porto Canal, quando questionado sobre os acidentes entre veículos ligeiros, Rui Moreira concordou que também existem, “mas os de pesados têm um problema, é que causam imediatamente uma trombose”, sendo muito mais perigosos.
Além da retirada dos pesados da VCI, a proposta inclui a “eliminação de tráfego na A4 entre o nó da A3 e Matosinhos”, assim como a “introdução de pórticos dissuasores no acesso à VCI através da A3 e da A28”.
