O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, voltou a sublinhar, esta terça-feira, que, em matéria de fundos comunitários, a cidade “não se vai calar”, manifestando-se, uma vez mais, preocupado com a distribuição de fundos para projetos e com os prazos de candidatura. “A cidade do Porto, em relação a esta questão, não se deve calar”, afirmou o autarca, em conferência de imprensa, respondendo às notícias que dão conta de que o comissário europeu para a Política Regional, Johannes Hahn, disse nunca ter havido críticas de Bruxelas a qualquer centralismo de Lisboa sobre eventual discriminação do norte do país nas propostas do Governo para o próximo Quadro Comunitário de Apoio. “Não aceitamos é que funcionários de Bruxelas tentem atirar areia aos olhos dos portugueses, negando aquilo que eles próprios escreveram”, referiu. Em questão está o documento da comissão Europeia intitulado “uma resposta ao acordo de parceria do Estado Português”, que o autarca distribuiu aos jornalistas na conferência desta terça-feira. “Basta ler a frase da consideração 46 [‘Este projeto de Acordo ainda não tem uma cobertura geográfica clara e equilibrada’, diz o documento] para se perceber que temos razões para estar preocupados”, apontou.
Rui Moreira esclareceu ainda que não está a tentar “forçar” qualquer tipo de reunião com o Governo sobre a matéria, reforçando, apenas, a ideia de que a Câmara do Porto está disponível para “ajudar Portugal a conseguir a melhor solução no âmbito do V Quadro Comunitário de Apoio”. “Apenas dissemos que estamos preocupados. Verificámos que algumas das preocupações tradicionais da região Norte não estão a ser devidamente consideradas. Não queremos que os fundos, o PO [Programa Operacional] regional, sejam decididos fora da região”, salientou.
