A função, não só do teatro, mas da arte no geral, é também fazer o público refletir sobre temáticas sociais de relevo. Nesse sentido, o Rivoli está prestes a receber a peça “Antígona na Amazónia”, da autoria de Milo Rau/NTGent & MST, nos dias 16 e 17 de novembro, ou seja, quinta e sexta-feira, a partir das 19h30.
Sobre o que é que o espetáculo fala? A resposta é simples: trata-se de “uma reflexão sobre poder, resistência e lei no Brasil contemporâneo, onde o encenador suíço cria uma Antígona política para o século XXI, em conjunto com indígenas, ativistas e intérpretes do Brasil e da Europa”, tal como cita o portal de notícias da Câmara do Porto.
Na génese desta história que é bem mais do que entretenimento, Milo Rau e “companhia” atravessaram o Brasil até ao estado do Pará, em que as florestas continuam a arder, por causa do crescimento da monocultura de soja, fazendo com que os recursos naturais sejam aniquilados pelos ideais capitalistas que lá imperam.
Dessa forma, numa colaboração que contou com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) – o maior movimento de trabalhadores sem terra do mundo – os criadores propuseram-se a criar “uma peça alegórica projetada em três grandes telas verticais, sobre a devastação violenta causada pelo estado moderno, que coloca a propriedade privada acima do direito tradicional à terra”, de acordo com a mesma fonte de informação.
A arte é evidente. A mensagem é clara. Tudo isto num espetáculo que associa o talento dos seus intérpretes à reflexão sobre um assunto em que se considera preciso haver consciencialização.
Em palco, encontrar-se-ão 4 pessoas que vão trocando entre personagens de Sófocles e de si mesmas, com o fito primordial de dar cor a uma espécie de tragédia grega adaptada à Amazónia.
Para adquirir bilhetes para o espetáculo “Antígona na Amazónia”, a acontecer nos dias 16 e 17 de novembro, a partir das 19h30, poderá comprar fisicamente no Teatro Rivoli ou no Teatro Campo Alegre.
Poderá também comprar online.
Foto: Kurt van der Elst (Divulgação Rivoli)
