Em comunicado, o presidente da autarquia, Rui Rio, defendeu que o executivo contradiz “o seu próprio discurso político quando afirma que a austeridade tem de ser complementada com crescimento económico e criação de emprego”. O social-democrata explica que em causa está o “efeito multiplicador direto” da ação da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) que o Governo de Pedro Passos Coelho “tem vindo a combater”. Para Rio, Portugal “não se compadece com a criação de dificuldades a projetos desta natureza, sob pena de continuar a afundar-se económica e socialmente”.
Em declarações à Lusa, fonte oficial da autarquia revelou que a SRU, desde que foi criada, em 2004, conseguiu atrair 510 milhões de euros de investimento privado. “O pouco investimento público que o país consegue fazer tem, naturalmente, de ser muito bem selecionado em função do seu efeito multiplicador sobre a economia”, salientou o gabinete de comunicação da câmara.
A nota de imprensa menciona ainda que o Governo deve, há já dois anos, 2,4 milhões de euros à SRU. “Se a Porto Vivo não tivesse investido [no quarteirão das Cardosas] 6 milhões de euros, a economia tinha perdido pelo menos 90 milhões de euros de investimento privado com a consequente criação de emprego direto e indireto”, refere o documento, destacando que aquela intervenção foi, até hoje, a que exigiu mais dinheiro público mas também a que conseguiu induzir mais investimento privado, apesar do quadro de retração económica.
Quinta-feira 7 Março, 2013