O presidente cessante da Câmara do Porto, Rui Rio, reconheceu esta terça-feira que deixar o Palácio de Cristal por reabilitar e sem centro de congressos é o projeto que mais lamenta não ter concretizado. “Um presidente de Câmara pode fazer muito pouco no combate ao desemprego ou no crescimento económico direto. O Palácio [de Cristal] bem reabilitado, mas sobretudo o centro de congressos, teria uma ‘alavancagem’ grande na economia. Sabendo isso, é obviamente aquilo que não consegui e mais gostaria de ter feito”, admitiu, em declarações à Lusa, no final da última reunião do executivo deste mandato.
O social-democrata afirmou até que o projeto do Palácio seria o que “imediatamente punha em marcha se continuasse como presidente de Câmara”, até porque “entretanto a situação financeira permitiria isso”. “Aquilo que o poder local deve fazer é olhar para a evolução da cidade e procurar apoiar onde está mais pujante e com maior capacidade de se desenvolver. Sabemos que o turismo tem conhecido um boom. Para mim é inequívoco que, se alguma coisa agora podia ajudar a economia e, em grande medida, está do lado da autarquia, é o Palácio de Cristal”, referiu.
Ainda que não o tenha mencionado esta terça-feira, Rui Rio também já admitiu a mágoa de deixar por reabilitar o Mercado do Bolhão, classificado como Monumento de Interesse Público, como necessidade de intervenção urgente assinalada desde 2005, altura em que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) alertou para risco iminente de ruína do edifício.
