![Regresso às aulas: Ensine o seu filho a prevenir a COVID-19](https://viva-porto.pt/wp-content/uploads/2020/09/material_escolar_ent.jpg)
O regresso às aulas em época de COVID-19 continua a ser uma das maiores preocupações dos pais, que receiam pela segurança dos filhos, e da população em geral, que receia o aumento do possível risco de contágio.
Mas a experiência de outros países mostra-nos que a transmissão nas escolas não é tão elevada como era expectável. Muito se fala de França, por terem já sido encerradas mais de 20 escolas logo no início. Porém, é preciso lembrar que são pouco mais de duas dezenas de instituições, em cerca de 60 mil, e que, na sua maioria, fecharam por questões preventivas.
As escolas portuguesas têm condições para receber os alunos novamente, mas tem de haver consciência de que a probabilidade de as crianças contraírem o vírus é sempre mais acrescida do que se ficarem em casa. O risco é relativamente baixo, mas para o mantermos baixo, devemos referir que para além das autoridades de saúde, das escolas e dos seus profissionais, também os pais têm um papel muito importante, no sentido de consciencializar os filhos para as regras do distanciamento social, da lavagem das mãos e da etiqueta respiratória, que, de forma alguma, podem deixar de ser cumpridas. Os pais têm de ter a responsabilidade individual de conduzir as suas crianças e/ou instruírem os seus adolescentes, que são o grupo mais problemático, para cumprirem as regras no espaço escolar.
O grande problema não está tanto nas salas de aula, mas nos tempos de pausa. É preciso explicar muito bem às crianças e adolescentes que, mesmo nessas alturas, é fundamental continuar a usar a máscara (as crianças com idade para a utilizar, naturalmente) – exceto à refeição-, e a manter a distância. É também importante consciencializar as crianças e os jovens para utilizarem máscara dentro do espaço escolar e nos transportes, durante o percurso até à escola; guardarem a distância de segurança dos colegas, professores e funcionários da escola; seguirem as normas de Etiqueta respiratória que incluem tapar o nariz e a boca com um lenço de papel ou com o braço, quando espirrar ou tossir; e efetuarem a correta higiene das mãos, desinfetando ou lavando as mãos depois de tocar em superfícies ou objetos. Estas regras são para todos. São difíceis de cumprir, mas são essenciais.
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No geral, as instituições de ensino estão bem organizadas, com circuitos e formas de atuação bem definidas. As diretrizes emitidas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) e as condições instituídas nas escolas asseguram a minimização do contágio por SARS-CoV-2. No meu entender, uma informação que carece de melhor explicação é a clarificação de quais são exatamente os sintomas de infeção respiratória indicadores de que os pais não podem levar as crianças à escola e, ainda, como devem atuar nesta situação. É claro que crianças sintomáticas não podem ir à escola, mas é preciso que a DGS defina melhor o que se entende por sintomático neste escalão etário e que deverá implicar ficar no domicílio.
Paulo Paixão
Presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia e médico virologista da SYNLAB Portugal