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Reabilitação urbana em debate na corrida ao Porto

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A reabilitação urbana foi um dos grandes temas em destaque no debate promovido esta quinta-feira à noite pelo Porto Canal entre os oito candidatos à presidência da Câmara do Porto, que defenderam, de forma unânime, a urgência de contrariar o “esvaziamento” da cidade depois das eleições. Ao longo de mais de duas horas e meia, discutidas num tom morno, o Teatro Helena Sá e Costa recebeu Luís Filipe Menezes (PSD), Manuel Pizarro (PS), Rui Moreira (independente apoiado pelo CDS) e Nuno Cardoso (independente), José Soeiro (BE), Pedro Carvalho (CDU), José Carlos Santos (PCTP/MRPP) e José Manuel Costa Pereira (PTP).

Logo no arranque da conversa, o ex-autarca Nuno Cardoso começou por explicar que decidiu avançar na corrida autárquica como independente na sequência do apoio que recebeu dos portuenses. “O facto de já ter sido presidente da câmara desta cidade dá-me bastante crédito e, por isso, venho sereno para um caminho de dignidade e de verdade. Tenho um capital de confiança junto da população”, referiu o candidato, assegurando que exercerá um “poder de proximidade” aos cidadãos. “Vamos trabalhar quatro anos junto do povo e quero apelar a que todas as pessoas votem para darmos uma lição de democracia ao país”, acrescentou.
De seguida, o socialista Manuel Pizarro afirmou ter ficado surpreendido com a candidatura de Cardoso, pelo facto de ter sido lançada de forma tardia. Ainda assim – apontou – reconhece “legitimidade a todos os candidatos”, concordando, de facto, com a política de proximidade defendida pelo independente, razão pela qual o seu movimento “Fazer ouvir o Porto” envolve mais de 17 mil pessoas.
moreira_e_carvalhoO mote para a discussão do tema da reabilitação urbana foi dado pelo candidato da CDU, Pedro Carvalho, que, logo na primeira intervenção, começou por lamentar os “bairros que se deixaram degradar”, atribuindo responsabilidades à gestão da atual maioria PSD/CDS e à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) do Porto. Para o social-democrata Luís Filipe Menezes, a solução passará por não se cometer o erro de “olhar exclusivamente para o centro histórico” e por encontrar “nichos” noutras freguesias onde se aposte num processo de requalificação. “O modelo de reabilitação urbana tem de ser alterado: é necessário financiamento público”, referiu, sublinhando a necessidade de haver “projetos públicos âncora”. “Defendo o Bolhão público; a recuperação do Palácio de Cristal com uma vertente lúdica à moda antiga, com a construção de um palácio de congressos, e também a necessidade de encontrar mais alguns projetos âncora, por exemplo nas Fontainhas”, sustentou.
Por sua vez, o independente Rui Moreira defendeu que o modelo de reabilitação urbana falhou porque “os montantes disponibilizados pelo estado central foram insuficientes”. “Temos de fazer com que o Estado invista no Porto. Ao tentarmos ser autónomos em relação ao investimento só estamos a favorecer o Estado central”, notou. Já para Manuel Pizarro, a “reabilitação urbana é o programa que mais pode gerar emprego na cidade”, pelo que não poderá, à semelhança do que havia sido defendido, ficar limitada “ao centro histórico”.
soeiroAinda a propósito do mesmo tema, o bloquista José Soeiro criticou o trabalho da SRU pelo facto de não ter conseguido trazer nenhum jovem para o centro do Porto, condenando-o ao “esvaziamento”. Desta forma, o candidato do BE defendeu a necessidade da criação de bolsas de arrendamento para levar cidadãos a residirem no coração da Invicta. “Mandar bairros abaixo não é reabilitação urbana. Operações como a do Aleixo têm de ser paradas”, apontou. Em resposta, a generalidade dos candidatos assumiu não concordar com a forma como o processo do Aleixo foi conduzido. Foi então que Luís Filipe Menezes ressalvou, contudo, acreditar na “total seriedade e transparência” do processo de constituição do fundo imobiliário de Rui Rio no Bairro do Aleixo.
Para além dos candidatos do PSD, PS, CDU, BE e dos dois independentes, Rui Moreira e Nuno Cardoso, estiveram ainda presentes Costa Pereira, do PTP, e José Carlos Santos, do PCTP/MRPP. A propósito da reabilitação urbana e da revitalização da cidade, Costa Pereira quis deixar algumas sugestões, como a realização de eventos como o “Rock in Rio” na freguesia de Campanhã ou a criação de um Skate Park. Por sua vez, José Carlos Santos lamentou a falta de economia de escala e de massa crítica na cidade cuja indústria e comércio se foi “esvaziando para a periferia”, defendendo a necessidade de criar uma “estratégia da região”.

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