Com uma carreira artística que ultrapassa, já, a marca dos 30 anos, o nome Quinta do Bill continua a deliciar o ouvido e o coração dos portugueses. “Os Filhos da Nação”, “Voa”, “Se te amo” e “No trilho do sol” são temas que atravessam gerações e que ficarão para sempre gravados na história da música. Ainda este mês a banda prepara-se para surpreender o público, com o lançamento de “No Silêncio Do Teu Olhar”, um tema que já foi editado há alguns anos, e que recebeu, agora, uma nova vida, com a participação especial da artista espanhola Guadi Galego. O vídeoclipe foi gravado nos Estúdios Rangel, no Porto, e a VIVA! esteve à conversa com Carlos Moisés, um dos fundadores da Quinta do Bill, que, sorridente, desvendou algumas novidades deste novo tema e recordou as canções e os momentos mais marcantes da história da banda.
“No Silêncio Do Teu Olhar” é um tema já tinha sido editado há alguns anos. Como surgiu a decisão de o regravarem?
É uma canção que gostamos muito! E, na altura em que foi editada, em 2012, achámos que não tinha tido a exposição e a divulgação merecida. Quem a ouviu gostou muito, tivemos reações muito positivas, mas sentimos que não tinha chegado devidamente ao público. E como, para nós, é muito importante esta ideia de partilha de canções com as pessoas, prometemos, nessa altura, que um dia haveríamos de fazer justiça ao tema. Este ano tivemos, finalmente, essa possibilidade…
Que “nova vida” é esta que, agora, lhe deram?
Além dos novos apontamentos nos arranjos, achámos que fazia todo o sentido convidar uma voz diferente, que trouxesse algo de novo, de genuíno, para esta reinterpretação. Ocorreu-nos, imediatamente, a ideia de convidar a Guadi Galego, que é uma artista que muito apreciamos e que tem um trabalho incrível. Como desejávamos convidar a Guadi para colaborar connosco há já algum tempo, vimos aqui a oportunidade certa.
O que simboliza?
A canção tem letra de Pedro Malaquias e acreditamos que tem tudo para “entrar na vida” das pessoas. Fala da cumplicidade a dois, dos olhares, dos silêncios…
A participação da Guadi Galego é um dos fatores que vai tornar o tema ainda mais especial?
Sem dúvida… Sentimos um carinho especial pela Galiza, pelas suas gentes, pela sua cultura e música. A Guadi Galego é uma grande representante da cultura galega e estas experiências são sempre muito enriquecedoras. A música tem esta capacidade única de união, de partilha. Neste caso, estamos muito contentes com o resultado e temos a certeza que o público vai corresponder muito bem.
Gravaram o vídeoclipe na semana passada. Como correu?
Muito bem. Foi uma tarde muito exigente, de muito trabalho, mas muito estimulante. Ficámos satisfeitos com aquilo que fizemos e temos a certeza que o resultado vai ser fantástico. Acreditamos que as pessoas vão gostar muito.
Há mais algum tema “na gaveta” que pensem regravar? Ou algum single que estejam já a preparar?
Para já, estamos apenas concentrados neste tema e queremos que desta vez chegue verdadeiramente ao público. Esperamos que as pessoas gostem da canção. O que nos move, o que nos motiva a continuar a fazer canções é, precisamente, sentir que a nossa música tem importância para as pessoas.
Com mais de 30 anos de carreira, a Quinta do Bill continua a ocupar um lugar especial no coração dos portugueses. Há, inclusive, canções que são eternas, que passam de geração em geração. Como se sentem ao saber que são uma das bandas mais marcantes da música portuguesa?
Sentimo-nos absolutamente realizados. Constatamos nos concertos que, efetivamente, as nossas canções são transversais a várias gerações e isso é muito gratificante. Significa que as nossas canções estão vivas. Essa é a grande recompensa destes 32 anos de carreira.
“Os Filhos da Nação”, “Quando eu era pequenino” e “Voa” são, certamente, temas obrigatórios nos vossos concertos. Mas devem haver mais…
Sim, o “Se te amo”, “No trilho do sol”, “Aljubarrota”, “Vai e sê feliz”, “A única das amantes”…
Até agora, qual foi aquele que mais vos marcou?
A canção que mais marcou a imagem do grupo em concerto talvez tenha sido “No Trilho do Sol”. Ainda hoje as pessoas recordam a tour desse disco. No entanto, “Os filhos da Nação” é incontornável, claro.
E quais foram os momentos mais marcantes e decisivos da vossa carreira?
Todos os concertos são especiais, cada um à sua maneira. Há sempre qualquer coisa que guardamos de cada atuação. Pode ser pelas grandes plateias, como foi o caso da primeira parte do concerto do Bryan Adams, em 1994 no Estádio de Alvalade, mas pode ser também porque o público reagiu de maneira fantástica.
Nos concertos que estão, ainda, por anunciar, podemos ter esperança que algum seja no Porto?
Gostávamos muito. Pode ser que aconteça. Fiquem atentos!