O Porto/Post/Doc, conhecido festival de cinema, terá início com a estreia de “Vai no Batalha”, filme de Pedro Lino que conta a história desta emblemática sala de cinema do Porto. A sessão de abertura ocorrerá, tal como o título sugere, na sala principal do Batalha Centro de Cinema, no dia 17 de novembro, às 21h15.
Inserido na série “Cinemas Mythiques”, que homenageia as icónicas salas de cinema, “Vai no Batalha” mergulha nas memórias e na trajetória desta centenária sala. O filme compila filmagens de todo o processo de restauro do edifício, bem como imagens inéditas dos seus fundadores e outras figuras marcantes, como Manoel de Oliveira, Artur de Andrade, Júlio Pomar, Henrique Alves Costa e Alexandre Alves Costa.
Utilizando uma abordagem inovadora, o filme mistura filmagens contemporâneas, registos cinematográficos do século XX, animação 2D e 3D, além de documentos históricos, oferecendo uma envolvente viagem pela história do Porto, desde a monarquia à República, da Primeira Guerra Mundial à ditadura, passando pelos movimentos de resistência à ditadura, a formação do Cineclube do Porto, os anos da Guerra Colonial e do 25 de Abril, a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia (CEE) e os dias atuais. Todos esses eventos se entrelaçam na história do cinema português, no contexto do cinema no Porto e nas histórias pessoais da família Neves Real e do arquiteto Alexandre Alves Costa, que também é um dos narradores do filme.
O encerramento do festival será marcado pela estreia mundial de “Time Takes a Cigarette,” uma obra de Aya Koretzky realizada no âmbito do projeto “Working Class Heroes,” uma colaboração com a “Filmaporto”, que tem como objetivo apoiar a produção audiovisual no Porto, centrando-se nas narrativas daqueles que moldaram a cidade ao longo do tempo.
Além das já anunciadas retrospetivas das obras do realizador italiano Alessandro Comodin e da cineasta basca María Elorza, o Porto/Post/Doc 2023 também destaca um programa especial proposto por Éric Baudelaire, Claire Atherton e Claire Mathon, intitulado “Faire Avec…”.
Este programa celebra as colaborações com os sujeitos filmados, reconhecendo uma forma única de parceria: a da equipa por detrás dos filmes. E por falar nessa colaboração em específico, ao longo da última década, resultaram três obras: “Also Known as Jihadi” (2017), “Un film dramatique” (2019) e o mais recente “Une fleur à la bouche” (2022). “Faire Avec…” também destaca duas obras fundamentais que inspiraram esses cineastas: “D’est” (1993), de Chantal Akerman, e “Stalker” (1979), de Andrei Tarkovski.
O Porto/Post/Doc: Film & Media Festival, que decorrerá de 17 a 25 de novembro no Porto, já anunciou o programa temático “Onde Andam os Nossos Contadores de Histórias?” e a programação da Competição Transmission.
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