Desde que foi decretado o Estado de Emergência em Portugal, a 18 de março, que a associação ambientalista ZERO tem acompanhado “em detalhe” a evolução da qualidade do ar nas cidades do Porto e Lisboa, recorrendo às concentrações de dióxido de azoto (NO2), e verificou que, na semana em que o país iniciou o seu plano de desconfinamento, a qualidade do ar piorou na Invicta.
No Porto, a associação avaliou a única das duas estações de monitorização de qualidade do ar que apenas tem dados disponíveis desde o início de abril – a estação localizada na Praça Francisco Sá Carneiro, próximo de Campanhã.
“É uma estação de tráfego que reflete a proximidade de semáforo, o que pode interferir nos dados. Neste caso, a média de concentrações nos dias úteis entre a última semana de estado de emergência e a passada semana aumentou 9 mg/m3, de 34 para 43 mg/m3”, referiu, no comunicado divulgado, sublinhando que os valores em causa são “mais reduzidos do que as concentrações verificadas nas semanas de 13 a 17 de abril e de 20 a 24 de abril que foram de 54 e 56 mg/m3, respetivamente”.
Por sua vez, em Lisboa, verificou que “a concentração média de dióxido de azoto nos dias úteis da última semana, já em estado de calamidade (4 a 8 de maio), foi mais reduzida em todas as estações comparativamente com a média das concentrações nos dias úteis desde o estado de alerta até ao final do estado de emergência (16 de março a 30 de abril), valores estes que já estavam muito abaixo da média do verificado desde o início do ano até ao estado de alerta”.
Segundo a ZERO, o dióxido de azoto é um “excelente indicador da poluição associada à atividade humana” e tem sido usado, mundialmente, por diversas entidades e universidades para avaliar o “impacte da quebra da atividade económica e da mobilidade na qualidade do ar associadas às medidas restritivas impostas pelo controlo da pandemia de covid-19”.