Esta quarta-feira, 7 de agosto, viticultores do Douro protestam na Régua contra a redução na produção de vinho do Porto e reivindicam maior controlo sobre as importações de vinho e um preço justo para o escoamento da produção.
O corte no benefício – a quantidade de mosto destinada à produção de vinho do Porto e uma importante fonte de receita para os viticultores – motivou a manifestação, convocada pela Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense) em conjunto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) fixou o benefício para a vindima de 2024 em 90.000 pipas (550 litros), representando uma redução de 14.000 pipas na produção de vinho do Porto.
Vítor Herdeiro, viticultor e dirigente da Avadouriense, enumerou os três principais motivos do protesto: o corte no benefício, a redução do rendimento por hectare de 10 para 8 pipas, e as incertezas no escoamento de uvas.
De acordo com o Porto Canal, Herdeiro alertou para a preparação dos exportadores para não adquirir a produção devido aos ‘stocks’ cheios e destacou a preocupação com a entrada de vinho importado na região.
No ano anterior, algumas empresas compraram menos uvas aos viticultores ou não compraram de todo, justificando com os elevados ‘stocks’, o que, segundo Herdeiro, pode desencadear uma crise social na Região Demarcada do Douro.
Os viticultores reivindicam um preço justo para as uvas e vinhos e pedem a limitação e controlo das importações de vinhos e mostos. Em dois anos, a região perdeu 26 mil pipas de benefício, o que se traduz em cerca de 26 milhões de euros, considerando uma média de 1.000 euros por pipa.
A manifestação terá início no edifício do IVDP, instituição responsável pelo controlo da qualidade e quantidade dos vinhos do Porto, regulamentação do processo produtivo e proteção das denominações de origem Douro e Porto. O protesto terminará no largo da Estação do Peso da Régua, no distrito de Vila Real.
