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Portugal preparado para acolher primeiro grupo de refugiados

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A presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPF), Teresa Tito de Morais, considerou que a Europa está com uma “crise de memória”  e destacou a lentidão dos Estados em agir perante a crise de refugiados.  

“Esta é uma crise da Europa a acolher os refugiados”, afirmou, terça-feira, a responsável.  
Teresa Tito de Morais comentava a chegada de milhares de migrantes a território europeu, tópico que esteve em destaque num debate no âmbito do Dia do Voluntário da Universidade do Porto (UP), realizado na Reitoria da instituição.   
“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras anunciou que já estão preparadas as condições para a receção do primeiro grupo de pessoas que vêm para Portugal”, lembrou a presidente do CPF.  
Neste grupo piloto, acrescentou, o país vai acolher cem refugiados provenientes do Iraque, da Síria e da Eritreia, mas ao longo dos próximos dois anos Portugal irá acolher cerca de mais quatro mil migrantes.   
Teresa Tito de Morais defendeu também que é necessário uma resposta articulada entre todos os estados europeus para a receção dos que fogem da guerra do seu país de origem.
“O sentido de responsabilidade e de tradição da solidariedade da Europa parecem desvanecer-se”, lamentou a presidente da CPF.
A responsável frisou ainda que o acolhimento dos migrantes em Portugal tem que ser feito de forma gradual, porque há um processo de integração a ser realizado depois do alojamento.
“A integração destas pessoas nas comunidades locais é muito importante e tem que começar desde a aprendizagem da língua portuguesa até à empregabilidade o que explica o facto de virem apenas cem pessoas nas próximas semanas”, destacou.
A presidente do CPF frisou ainda a importância dos municípios no processo de integração dos migrantes.  
Rui Marques, mentor da Plataforma de Apoio aos Refugiados, também lamentou a demora da chegada destes primeiros migrantes, uma vez que o Conselho Europeu já tomou a decisão e assinou os acordos há três semanas.
“Portugal já está preparado para os receber, tanto o Estado como a sociedade civil”, disse.  
Rui Marques sustentou que a demora “vem das instâncias europeias que estão a mostrar uma falta de organização e uma grande ineficiência”.
“É preciso mobilizar mais recursos humanos”, disse.   
Rui Marques afirmou que o país tem, neste momento, instalações e infra-estruturas para alojar 420 refugiados, mas que o primeiro grupo dará a experiência para que no futuro se possam alojar as restantes pessoas.  
“Antes da vinda deste primeiro grupo para território nacional as entidades competentes têm que estudar os migrantes, de modo a colocá-los em regiões mais compatíveis com o seu perfil”, disse.  
No debate esteve também presente um estudante sírio a fazer o mestrado na UP.  
Hasan Mansour está em Portugal há um ano e meio e faz parte da Plataforma Global de Assistência a Estudantes Sírios, promovida por Jorge Sampaio.  
Até agora o jovem diz estar a ser bem recebido pelos portugueses, mas não esconde o desejo de voltar à Síria, onde deixou a sua família.
O professor de Sociologia da Faculdade de Letras da UP, João Teixeira Lopes, participou também no debate e apelou “à não criação de muros nas fronteiras da Europa, para que este continente não se torne um local xenófobo”.
Sobre o acolhimento em Portugal, Teresa Tito de Morais salientou que acredita que os portugueses vão saber superar o medo os seus receios, não dando lugar a situações de “islamofobia”, uma vez que “a tendência é para a organização de sociais multiculturais no futuro”.  
O debate sobre o acolhimento dos refugiados contou ainda com a presença de Luís Martins, presidente da Câmara de Penela, um dos primeiros concelhos no país a aceitar o acolhimento de refugiados.

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