Depois do alerta de António Costa, eis que chegou a confirmação oficial. “Faremos um confinamento muito próximo do que existiu em março e abril”, anunciou a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, no sábado, depois das reuniões com os partidos.
As novas medidas só serão, contudo, conhecidas na próxima quarta-feira, 13 de janeiro, depois do Governo reunir com os especialistas para traçar a evolução da covid-19 em Portugal e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, receber os partidos com assento parlamentar e emitir o decreto para um novo estado de emergência, que deverá vigorar durante, pelo menos, 15 dias.
A confirmar-se esta agenda, o primeiro-ministro, António Costa, deverá decretar as medidas na quarta-feira, que serão aplicadas, imediatamente, a partir da meia-noite de quinta-feira. Tudo indica que o comércio não essencial deverá voltar a fechar, incluindo a restauração. Por sua vez, as escolas deverão manter-se em funcionamento.
De acordo com informações reveladas pela ministra da Presidência, deverá tratar-se de um “confinamento muito próximo do que existiu em março e abril”. “Não fecharemos nada que não tenha sido fechado, como a agricultura, a indústria, e a distribuição continuará a funcionar, de modo a garantir também que nada do que são os bens essenciais faltem”, afirmou, reforçando que as medidas só poderão ser conhecidas mais para o final da semana.
“O detalhe ao certo de cada tipo de loja e de cada tipo de comércio, se já soubéssemos, já teríamos tomado as medidas”, garantiu, sublinhando que “é necessário perceber que se tivéssemos tomado medidas há uma semana, eram medidas com base em informação incompleta“. “Foi por isso que adiámos uma semana, porque é fundamental ouvir na terça-feira os partidos”, acrescentou.
“O Conselho de Ministros reunir-se-á imediatamente após a aprovação por parte da Assembleia da República, e comunicaremos e tomaremos as medidas de forma a que se possam aplicar o mais cedo possível”.
Recorde-se que em causa está o elevado aumento de casos de infeção por covid-19, que só nos últimos seis dias consecutivos registou mais casos diários do que nos primeiros quatro meses da pandemia.
Portugal registou, nas últimas 24 horas, 7502 novos casos de covid-19 e 102 mortes, sendo que a maior parte das infeções (2600) foram identificadas na região Norte do país.