O projeto “Porto Sentido- Habitação, Capacitação, Reinserção”, quer reintegrar 60 pessoas em situação de sem-abrigo até ao final de 2022.
O projeto será dividido em duas fases e em cada uma entrarão 30 pessoas. O “Porto Sentido” tem por base uma filosofia que se denomina “housing first” (habitação em primeiro lugar).
“Ao contrário da maior parte dos programas que eram habituais [na área da inclusão social], em que a habitação vinha em último lugar, este projeto baseia-se no conceito de que, para se reincluir uma pessoa, ela precisa de ter uma habitação”, refere o presidente da ESSSM, José Manuel Silva.
As pessoas são selecionadas “em função de um conjunto de critérios”, que têm que ver “com o potencial que as pessoas têm para se adequar” ao programa, e exemplifica que “têm que ser pessoas que, em princípio, não tenham consumos de substâncias psicoativas e que estejam mesmo na situação de sem-abrigo ou de sem-teto”.
Após a análise e a respetiva seleção, as pessoas serão alojadas em casas partilhadas cedidas pela Câmara do Porto, pela Santa Casa da Misericórdia e “outras alugadas pelo projeto no mercado normal de habitação”. Durante 15 meses, serão acompanhadas, em todo o processo de restabilização para que se consigam subsistir por elas mesmas, por cinco técnicos ou, frequentemente denominados de facilitadores. Durante este tempo, o objetivo é que as pessoas consigam fazer poupanças.
José Manuel Silva, indica que para além de todo o acompanhamento referido, os cidadão serão beneficiários de um plano individual de saúde através de um grupo constituído por “uma psicóloga, um enfermeiro e uma nutricionista”. “Esta é a última parte, que é da reinserção ou reinclusão, na qual se espera que as pessoas, depois de capacitadas, possam viver sozinhas, de forma autónoma”.
Esta iniciativa surge por candidatura com mais três instituições portuenses ao programa “Parcerias para o Impacto” através do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), parte da Estratégia Portugal 2020.
Foto: Miguel Nogueira – arquivo
