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Porto recorda os 200 anos da Revolução Liberal

Porto recorda os 200 anos da Revolução Liberal

Foi a 24 de agosto de 1820 que teve início, no Porto, a Revolução Liberal. O programa das celebrações do evento, que marcou a história da cidade e do país, é retomado esta segunda-feira, após ter sido interrompido devido à pandemia de covid-19.

A Revolução Liberal começou a 24 de agosto de 1820, no Porto, com a proclamação “PORTUENSES! Levar a redenção aos cativos lisbonenses!” a ecoar na cidade Invicta. A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país.

“Enquanto a Junta dos Governadores, em Lisboa, denunciava o horrendo crime de rebelião e confiava em que o Exército se apressaria a apagar a mancha de que a sua honra está ameaçada, e a Junta do Porto reclamava que não se tratava de uma revolta, mas de um movimento para defender a dinastia reinante das ameaças que a cercavam, o exército que saíra do Porto ia sendo aclamado por todo o país. E foi assim que a revolução chegou à capital, com a entrada triunfal e pacífica do exército revolucionário em 1 de Outubro”, escreve o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, num artigo de opinião, intitulado “O Porto guarda a tradição liberal e continua a fazer diferente”, publicado na edição de sábado do Diário de Notícias.

Para o autarca, esta revolução “deu início à difícil, lenta e tormentosa fundação do Portugal moderno”.

De recordar que o movimento resultou no regresso (1821) da corte portuguesa do Brasil, para onde se deslocara durante a Guerra Peninsular, e acabou com o absolutismo em Portugal, “desbravando assim caminho para a primeira Constituição, que viria a ser instaurada em 1822”, relembra o portal da autarquia.

“Duzentos anos depois, sem nunca ter causado problemas aos sucessivos regimes, o Porto, mais reivindicativo do que revolucionário, continua, por razão dessa diferença que se espelha nesse contraste e na comparação com outras cidades, a guardar a tradição liberal e a fazer diferente”, sublinha Rui Moreira.

O programa das comemorações dos dois séculos da Revolução Liberal do Porto é retomado esta segunda-feira, 24 de agosto, com duas iniciativas.

O Palacete Viscondes de Balsemão, na Praça de Carlos Alberto, é palco do concerto “Invictus”. A obra do compositor Dimitris Andrikopoulos vai ser interpretada pelos músicos Carlos Alves (clarinete) e Constantin Sandu (piano).

Integrado no ciclo de Recitais “Revolução e Criação”, e com organização da Universidade Lusófona do Porto e da Associação 31 de janeiro, o concerto é de entrada gratuita.

No mesmo local, mas às 21h45, terá lugar o colóquio “A Revolução Liberal Portuense”. Célia Taborda, Rui Albuquerque, António Tavares, Pedro Bacelar de Vasconcelos e Ricardo Sá Fernandes são os convidados da sessão, que presta homenagem aos homens do Sinédrio que tornaram possível a Revolução Liberal do Porto: Manuel Fernandes Tomás, José da Silva Carvalho, José Ferreira Borges e mais dez companheiros.

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Para mais informações sobre estes eventos, deverá contactar o número 223 393 480 ou o e-mail [email protected].

De referir ainda a exposição “1820.Revolução Liberal no Porto”, patente no Gabinete do Tempo do Museu da Cidade – Casa do Infante.

A mostra retrata os primeiros tempos do processo revolucionário e todo o movimento liberalista, desde o pronunciamento militar do Porto, até ao regresso da Família Real do Brasil.

Um dos destaques da mostra é o livro de vereações da Câmara do Porto (o atual livro de atas), pela primeira vez mostrado ao público. “Este testemunho histórico demonstra que o Liberalismo foi fundado a 24 de Agosto de 1820 no Porto e que, graças à ação da Invicta, a corte regressou a Portugal, após décadas instalada no Brasil, e se colocou um ponto final na era da monarquia absolutista, que teve de adotar o sistema constitucional para sobreviver”, salienta o Porto..

Com investigação e autoria de José Manuel Lopes Cordeiro e curadoria do núcleo de programação do Museu da Cidade, a exposição poderá ser visitada, de terça a domingo, das 10h às 17h30, até 10 de janeiro de 2021. A entrada é gratuita. As visitas são limitadas a dez pessoas em simultâneo e o uso de máscara é obrigatório.

Também o programa da Feira do Livro do Porto – que inicia na sexta-feira, dia 28 de agosto – vai contemplar iniciativas de celebração dos 200 anos da Revolução Liberal, nomeadamente as Conversas Situadas, “um conjunto de cinco debates que põem face-a-face figuras incontornáveis do contexto político português moderadas por deputados da Assembleia Municipal do Porto, oriundos de diferentes quadrantes políticos”.

Destaque ainda para o lançamento do livro “1820. Revolução Liberal do Porto”, uma edição da Câmara do Porto, da autoria de José Manuel Lopes Cordeiro (28 de agosto, 16h, Auditório da Biblioteca Almeida Garrett)

O programa das comemorações do bicentenário da Revolução Liberal do Porto decorre até janeiro de 2021 e conta ainda com lançamentos de livros, conferências, colóquios, conversas, concertos, percursos pedonais e visitas orientadas pela cidade.

Foto: Miguel Nogueira | CM Porto

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