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Porto quer conciliar transporte público e lazer no Ramal da Alfândega

Porto quer conciliar transporte público e lazer no Ramal da Alfândega

A Câmara Municipal do Porto quer dar uma nova vida ao Ramal da Alfândega, desativado desde 1989. Em cima da mesa, anunciou o presidente da autarquia, Rui Moreira, durante a última reunião do Executivo Municipal, está a possibilidade de conciliar no local o transporte coletivo, durante a semana, e o uso de lazer, no período de fim de semana. 

No entanto, ainda nada é certo. A decisão oficial só será conhecida depois da discussão pública, que deverá ter início após a conclusão do estudo, encomendado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a propósito da viabilidade da proposta.  

“A encomenda é que [este estudo] fique pronto neste mês de janeiro. Eu diria que, algures entre o final deste mês e o mês de fevereiro, estaremos em condições para ter uma discussão porventura mais robusta do que aquela que poderíamos levar a cabo agora”, adiantou Pedro Baganha, vereador do Urbanismo, citado na nota divulgada pelo município. 

Após ouvir vários cidadãos sobre as soluções para a utilização do ramal, há “muito desejada”, como nota o Porto., foi sugerida uma forma de “harmonizar vários usos naquela infraestrutura”. 

Foto: CM Porto

O presidente da autarquia acredita que a utilização deste espaço por parte dos cidadãos “tem um enorme potencial”, semelhante a “outros modelos que existem, nomeadamente em Nova Iorque”, razão pela qual, sublinhou, introduziu o tema da possibilidade de os dois projetos em contenda não se excluírem um ao outro. “Se nós pudermos configurar o canal da Alfândega de tal maneira que lá possa circular um veículo com rodado que não precise de trilhos, poderíamos imaginar uma situação em que, durante os dias da semana, aquele canal era utilizado para transporte público, sendo que ao fim de semana poderia ser para a outra alternativa, ou seja, para um espaço de lazer”, explicou. 

O canal funcionaria, assim, de segunda a sexta-feira, com “veículos com rodado pneumático”, que seriam, ao fim de semana, “arrumados”, para que o espaço se pudesse converter em “espaço de lazer”. “É apenas mais uma solução”, destacou Moreira, adiantando que tem tido o cuidado de “ouvir a participação de muitos cidadãos”. 

De acordo com o vereador do urbanismo, o atraso no início da discussão pública a propósito da solução a adotar no Ramal da Alfândega, inicialmente prevista para dezembro, deve-se ao estudo que está a ser realizado para identificar a “viabilidade deste conceito”. 

“Parece-nos que é mais útil, quando fizermos as sessões públicas – a discussão pública já começou, mas de uma forma mais inorgânica –robustecer essas sessões com dados, com estudos concretos. É este compasso de espera, que efetivamente não estava previsto, que levou a que o debate público organizado pela Câmara do Porto se atrasasse”, apontou. 

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O estudo em causa está a ser conduzido pelo professor Paulo Pinho, que fez os estudos relativamente à procura das novas linhas da Metro do Porto. 

Recorde-se que no final de 2019 o município tinha anunciado já dois projetos para retirar o tráfego automóvel do centro histórico, a partir do Ramal da Alfândega. Um deles incluía uma “ligação rápida” entre as zonas de Campanhã e Alfândega, com um veículo autónomo, e o outro assentava na ligação “através de uma ciclovia pedonal para fruição dos cidadãos”. 

“Aparentemente, a forma mais razoável de retirar tráfego automóvel do centro histórico seria ter um veículo autónomo que fizesse essa ligação, mas ao fazermos isso, não vamos ter a fruição de um espaço magnífico, com vistas magníficas para fazer uma ciclovia e uma fruição de um espaço magnifico. As duas coisas não são conjugáveis”, referiu, na altura, o autarca do Porto. Rui Moreira, acrescentando que este iria original “um grande debate” sobre que projeto implementar naquela zona. 

Já em junho de 2020, quando foram colocadas em discussão pública estas duas soluções, o município adiantou querer avançar para a criação de uma ecopista, de forma a recuperar “um ativo com enorme potencial para a mobilidade e coesão territorial”.

Sobre o Ramal da Alfândega

A Linha do Ramal da Alfândega, que liga Campanhã à Alfândega através da antiga ferrovia existente na encosta urbana do Rio Douro, está desativada há mais de 30 anos, tendo sido uma linha muito importante para a cidade do Porto durante o final do séc. XIX e início do séc. XX. Por ali passavam todo o tipo de mercadorias que chegavam à Alfândega por via marítima e tinham de ser transportadas de comboio para resto do país a partir da Estação de Campanhã. 

No decorrer da segunda metade do século XX, o ramal foi perdendo lentamente a sua importância comercial, devido à transferência da atividade portuária para o Porto de Leixões, acabando por ser desativado no final dos anos 80. 

Foto de entrada: Miguel Nogueira | CM Porto

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