O projeto europeu “RADIANT: realizando cadeias de valor dinâmicas com culturas subutilizadas”, criado com o objetivo de “desenvolver soluções e ferramentas para fomentar a agrobiodiversidade”, vai ser coordenado a partir da cidade do Porto.
A coordenação vai acontecer a partir do Centro de Biotecnologia e Química Fina (CBQF), da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa, onde os investigadores vão avaliar o “desenvolvimento de soluções e ferramentas que irão fomentar a agrobiodiversidade, combatendo o paradigma agrícola de monocultura e de agricultura industrializada”, avança a Câmara Municipal do Porto.
Citada na nota divulgada, Marta Vasconcelos, coordenadora do projeto, explicou que, no último século, se perdeu 75% da diversidade genética das culturas e que existem cerca de 259 mil espécies de plantas, das quais 50 mil são comestíveis, sendo apenas cerca de 150-200 realmente consumidas.
“Apenas três fornecem 60% das calorias e nutrição da dieta humana: milho, arroz e trigo. Este cenário é o culminar de um processo que começa logo ao nível da produção local de alimentos mais diversificados, pois os obstáculos são muitos”, sublinhou.
Desta forma, os investigadores pretendem “reduzir estes obstáculos” e possibilitar “um aumento da diversidade de culturas”, através de uma abordagem baseada na “Teoria da Mudança”.
“A ambição do projeto é reduzir a «lacuna de produção» entre as culturas mais populares e as subutilizadas, e a «lacuna nutricional» – entre os alimentos mais consumidos, e os alimentos mais necessários para uma dieta saudável”, referiu ainda a investigadora a investigadora do CBQF.
Além do Centro de Biotecnologia e Química Fina, o RADIANT envolve mais 28 entidades, num total de 12 países europeus, nomeadamente Reino Unido, Hungria, Espanha, Grécia, Itália, Alemanha e Irlanda.
O projeto é financiado pelo programa Horizonte 2020, em mais de 5,9 milhões de euros, e será implementado durante quatro anos.