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Porto antigo

Porto antigo
A história do Porto gravada nas suas próprias paredes

São paredes que contam histórias de décadas passadas do Porto, através da reprodução de fotografias em alguns locais da cidade Invicta. O projeto, desenvolvido pelo executivo da Câmara Municipal cessante, liderado por Rui Rio, tem o duplo objetivo de «limpar o lixo» das paredes e «separar o trigo do joio», numa clara referência aos grafitos, que a câmara sempre procurou combater.

As primeiras pinturas já estão concluídas numa parede da Rua de Agramonte. “Trata-se, entre outras, de reproduções pictóricas de fotografias de época da antiga Capela do Bom Sucesso e respetiva Fonte, da Praça de Touros que, em tempos, existiu na Rotunda da Boavista, do antigo Mercado do Bom Sucesso e de um plano da Avenida da Boavista”, descreveu a autarquia.

hist_pto2«Cidade cada vez mais limpa e disciplinada»

Entretanto, já arrancaram os preparativos para o início do segundo mural, que também será pintado na zona da Boavista, junto à Avenida de França. “Valorizar a História e Património da cidade, preservando ao mesmo tempo a memória, o orgulho e a honra de ser portuense” é o objetivo da iniciativa.

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Em comunicado, a autarquia mencionou ainda que, “com a ação de limpeza de grafitos que tem vindo a efetuar por toda a cidade com a colaboração – em regime de voluntariado – de estudantes universitários e elementos do Exército, e com o licenciamento organizado ao abrigo da nova lei de pinturas com qualidade que a CMP passa a permitir, estão criadas todas as condições para uma cidade cada vez mais limpa e disciplinada”. Com a iniciativa, será, então, possível aos cidadãos passearem por determinados locais da cidade, recordando o aspeto que tinham há várias décadas.

hist_pto7Invocar os monumentos emblemáticos

O responsável pela página de Facebook “Porto Desaparecido”, Manuel Sousa, licenciado em Ciências Históricas e Mestre em Relações Públicas Internacionais, associou-se ao projeto da autarquia, nomeadamente no processo de escolha de locais que sirvam de painel para as ilustrações e também na sugestão de temas dignos de representação. «A seleção dos temas vai depender muito do local onde a dita ‘tela’ se encontrar. Havendo possibilidade, creio que se deveriam invocar os monumentos emblemáticos da cidade que entretanto desapareceram: o mosteiro de São Bento da Ave-Maria, o antigo edifício da Câmara, o antigo Palácio de Cristal, as portas da muralha fernandina, a ponte pênsil, entre outros; bem como antigos meios de transporte, como a “máquina” (veículo a vapor que ligava a rotunda a Matosinhos), o “americano” e os carros de bois que pululavam pela cidade», sublinhou, em declarações à Viva.

hist_pto4Dar a conhecer aos portuenses a cidade em que habitam

De salientar que a página “Porto Desaparecido” – facebook.com/PortoDesaparecido,  se dedica à partilha diária de imagens e de histórias portuenses. «A ideia surgiu da constatação de que o portuense conhece mal a cidade em que habita. Como em Portugal não se aprende história local nas escolas, as pessoas adquirem um conhecimento genérico da história do país e do mundo, mas pouco ou nada sabem da rua onde vivem ou do monumento pelo qual passam todos os dias. Através desta página pretendemos despertar o interesse pela história e pelo património, estimulando os seguidores a pronunciarem-se criticamente em relação à construção da cidade», explicou Manuel Sousa, desafiando os cidadãos a enviarem as suas fotografias antigas que têm o Porto como pano de fundo.

Texto: Mariana Albuquerque
Fotos: CMP

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