O vereador da Cultura do Porto, Paulo Cunha e Silva, defendeu que a poesia de Eugénio de Andrade é “suficientemente indomável para ficar condicionada a uma casa”. O responsável comentava, assim, a possibilidade de se arranjar uma estrutura com o nome do escritor, dada a extinção da Fundação Eugénio de Andrade, em 2011.
Num momento em que se assinalam os dez anos da morte do autor, residente no Porto desde 1950, o vereador garantiu estar “muito mais interessado na poesia do que propriamente na casa”. “Tendo nós casas a mais e tendo uma política de conteúdos para as múltiplas casas que temos, construir qualquer coisa de novo, não veria isso com bons olhos. Como digo, a poesia no âmbito da programação promovida pela Câmara Municipal do Porto tem acontecido em múltiplos espaços e acho mais interessante que assim aconteça”, sustentou.
Em relação à antiga sede da fundação, que poderia ser o espaço escolhido para o projeto, Paulo Cunha e Silva defendeu que o imóvel “não tem condições de acordo com a nova legislação para estar aberto ao público”, pelo que só poderia ser exequível “após intervenções muito profundas na estrutura da própria casa”. “Acho que a poesia do Eugénio é uma poesia suficientemente indomável para ficar condicionada a uma casa. De resto, há um polo Eugénio de Andrade na Biblioteca Municipal do Porto, construído em torno do legado de Eugénio de Andrade, que está a ser tratado e estudado”, acrescentou.