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Joaquim Sarmento: Cem anos de engenharia

Foi docente na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) durante quase meio século e, pelo meio, ainda ajudou a erguer edifícios emblemáticos da cidade como o Estádio das Antas ou o mercado do Bom Sucesso. Joaquim Augusto Ribeiro Sarmento é uma figura incontornável, cuja história se “confunde” com o progresso da própria cidade Invicta. Confira como.

Dele, reza a história, dizem que é um cientista-investigador brindado com uma grande capacidade engenhoso-inventiva, um experimentador, um verdadeiro farol da engenharia em Portugal.
Natural do Porto, onde nasceu a 15 de dezembro de 1916, Joaquim Sarmento formou-se em Engenharia Civil na FEUP (1939) com excelência (média de 17 valores) ao lado de nomes como Edgar Cardoso. Um ano depois, deu início ao seu percurso como docente da faculdade, onde viria a concluir o doutoramento em Engenharia Civil em 1944.

O percurso de excelência na FEUP
Refira-se que enquanto docente da FEUP, instituição que dirigiu entre 1973 e 1974 e com a qual manteve uma ligação de mais de 50 anos, destacou-se na regência das cadeiras de Resistência de Materiais e Estruturas de Betão Armado. Em 1986, após a sua jubilação participou ainda em júris de provas de doutoramento em Engenharia Civil, bem como em júris de concurso para lugares de professor extraordinário.

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joq_sarmento_2O reconhecimento dos pares
Luís Valente de Oliveira, que foi seu assistente na FEUP, recorda na imprensa a “sólida formação nos domínios da Matemática, da Física e da Química, realçando que o seu mestre tomava cada novo projecto que lhe era entregue “como se fosse o primeiro, procurando soluções inovadoras, nunca se contentando com a reprodução de fórmulas rotineiras”.
Artur Santos Silva, seu amigo de há muitos anos, destaca também “o professor muito exigente, inteligentíssimo, simples, direto, frontal e ímpar pedagogo”, colocando-o ao lado de Correia de Araújo e Armando Campos e Matos na construção do “prestígio da Escola de Engenharia do Porto”.

Mas Joaquim Sarmento não se ficou pela docência
Em paralelo com a carreira docente, Joaquim Sarmento desenvolveu também um percurso de relevo enquanto engenheiro civil. São da sua autoria, a título de exemplo, os projetos de engenharia do antigo Estádio das Antas, das igrejas do Carvalhido e das Antas e dos mercados do Bom Sucesso e de Matosinhos, obras ainda muito presentes na consciência coletiva dos portuenses.
Joaquim Sarmento também se notabilizou pelas funções públicas que desempenhou e que o levaram a interromper as funções letivas durante alguns anos. Foi nomeado Inspetor Superior de Obras Públicas e Comunicações do Conselho Superior de Fomento Ultramarino em 1957, representou o Ministério do Ultramar na Comissão de Revisão do Vocabulário de Estradas e Aeródromos e o Conselho Superior de Fomento Ultramarino na Comissão Interministerial do Plano de Fomento.
O docente manteve ainda uma ligação próxima a institutos, associações e academias de prestígio. Membro do Centro de Estudos de Engenharia Civil, do Instituto de Alta Cultura e membro emérito da Academia de Engenharia,  foi alvo de vários prémios e distinções.

joq_sarmento_medalha_3As distinções
Foi vencedor do Prémio de Investigação Manuel Rocha, do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (1987) e agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública (2005). Foi também o primeiro português a ser distinguido com o prestigiado Prémio Leonardo da Vinci, atribuído pela SEFI-Société Européenne pour la Formation des Ingénieurs (2003). Em 2017, Joaquim Sarmento foi homenageado pelo Departamento de Engenharia Civil da FEUP através do lançamento de um livro focado na sua obra.

Outros prazeres
Nos intervalos da engenharia, Joaquim Sarmento cultivava vinha e produzia mel na sua propriedade entre o Marco de Canavezes e Amarante. Foi, refira-se, um exímio jogador de golfe. E prefere a música de Ravel à de Bach.

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