Perry Sampaio

A Perry Sampaio surgiu em 1960, proveniente da ideia de Beatriz Tasso de Sousa Perry Sampaio de “abrir um estabelecimento à porta fechada”, a fim de expor os seus trabalhos. A fundadora, que tinha um atelier de tecelagem “onde ensinava a tecer em linho desenhos criados por si” na sua quinta de Prado desde os anos 40, instalou-se, inicialmente, na Rua do Campo Alegre nº. 574, passando cerca de uma década mais tarde para o nº. 713 da mesma rua, onde permanece até hoje.

O nome do estabelecimento representa a família Perry Sampaio e as gerações que por lá passaram, contando hoje com membros da terceira linhagem. “Temos funcionários com 50 anos de casa, que vimos crescer e formar família. Fazem parte da alma da Perry Sampaio”, conta-nos a responsável.

Quem visita este estabelecimento pode encontrar artigos decorativos para casa, desde candeeiros e abat-jours até lençóis de cama, sendo que os clientes procuram mais frequentemente os artigos personalizados para mesa, tais como toalhas e guardanapos feitos à medida. A imagem de marca são os bordados feitos à mão que fazem questão de “manter ainda nos tempos atuais”.

Desde a abertura, a sociedade passou por transformações, e também os hábitos dos clientes mudaram. A fim de dar resposta à procura por tecidos “mais fáceis de limpar e práticos para o dia-a-dia”, a Perry Sampaio decidiu introduzir as toalhas com teflon, material que retarda a absorção de líquidos, mais conhecidas como “toalhas anti-nódoas”. “Não queremos, no entanto, pôr de lado, os artigos realizados por artesãos, cada vez mais difíceis de descobrir, na metalurgia, nos bordados e tantas outras artes e ofícios”, sublinha.

Para a responsável, a melhor recordação da casa é “o ambiente que se vive de alegria na preparação das exposições de Natal”, assim como os clientes que a visitam especialmente nesta época do ano, por vezes vindos de muito longe. “A loja enche-se de brilho e respira-se um ambiente de magia”, acrescenta.

Também os clientes deste negócio familiar passaram de geração em geração. Na loja foi possível acompanhar o “crescimento de várias famílias do Porto, Coimbra e até de Lisboa”, na preparação dos enxovais para casamentos, posteriormente para bebés, e assim sucessivamente, das várias linhagens.

Fizeram ainda trabalhos personalizados para várias personalidades nacionais e internacionais, que optaram por manter no anonimato.

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Os turistas, que visitam o espaço vindos de todos os cantos do mundo, “ficam surpreendidos com o que encontram dentro de quatro paredes (…) ficam encantados com o conceito de cada divisória do estabelecimento comercial”. Das várias divisões, o destaque vai para o salão com fogão de sala e o pátio com limoeiro perfumado, carregado de limões.

“Tivemos um casal jovem de turistas americanos que nos confidenciou que nas suas viagens elegem sempre uma loja que mais os marca pela positiva. Disseram-nos que na cidade do Porto, a Perry Sampaio foi aquela que os mais fascinou e se recordarão para sempre”, conta-nos, realçando que são, frequentemente, considerados “a loja mais bonita” da Invicta, por quem a visita.

Na opinião da gerência, o que distingue este espaço das restantes lojas de artigos para o lar é o atendimento “à porta fechada”, que lhes permite atender às necessidades específicas de cada cliente. Além disso, sempre procuraram oferecer “artigos mais exclusivos e pouco espalhados pelo mercado”.

A Perry Sampaio manteve o conceito de atendimento, mas sempre acompanhou a evolução da sociedade e do mercado. Por isso mesmo, aderiram às redes sociais, com as quais têm tido “muito sucesso”. “Temos clientes residentes no Porto, que nunca nos visitaram, mas que já nos encomendam regularmente pelas redes sociais. Prevemos que o futuro seja na aposta cada vez mais nas vendas on-line”, constata.

Para esta loja emblemática da cidade, o distintivo “Porto de Tradição” reflete o reconhecimento do longo percurso de trabalho e das três gerações Perry Sampaio que o tornaram possível. “Sentimo-nos gratas pela atribuição desta insígnia de loja de tradição e só temos que agradecer ao Pelouro da Economia, Turismo e Comércio da Câmara Municipal do Porto”, complementa, concluindo a entrevista à VIVA!.