PUB
Recheio 2024 Institucional

Pedro Chagas Freitas

Pedro Chagas Freitas
Escrever de forma divertida

Um deles convida os participantes a conhecerem a “fábrica mais divertida do mundo”, à qual os jogadores – escritores – podem ‘vender’ as suas frases; o outro pretende colocar à prova as mentes mais brilhantes para que possam mostrar o que valem na arte de escrever. O objetivo dos dois jogos, esse, é o mesmo: fomentar o gosto pela escrita criativa e, consequentemente, pela leitura. Pedro Chagas Freitas, que alcançou a marca de escritor português mais lido com a obra “Prometo Falhar”, lançou recentemente, em parceria com a Science 4 You, a “Fábrica da Escrita” e o “Super Génio”, duas aventuras – a primeira de tabuleiro e a segunda de cartas – que podem ser vividas por avós, filhos e netos.

Quando escrever não é “uma seca”

A trabalhar há mais de dez anos na área da escrita criativa, o autor acabou por concluir que, de uma forma lúdica, as crianças reagiam melhor aos desafios colocados, acabando por escrever de um modo “perfeitamente natural”. E é desta premissa que nascem os dois jogos. O kit “Fábrica da Escrita” vive sobretudo da capacidade de criação de frases e textos de cada jogador, começando com a distribuição de “dinheiro” pelos escritores, que são os operários da “fábrica”. Depois, através de uma espécie de mercado de palavras e de sinais de pontuação, o jogo vai avançando, com negócios, compras e vendas. O grande vencedor será o jogador que conseguir levar os restantes à falência, ou seja, o melhor escritor.

fab_escrita2O “Super Génio”, por sua vez, pode ser jogado a pares, em grupo ou individualmente, sendo que os participantes recebem cinco cartas com as quais têm de criar frases. Quem conseguir fazê-lo primeiro, de forma correta, terá a vitória assegurada. Tal como reconheceu o escritor, apesar das diferenças em termos de funcionamento, a grande meta dos jogos é apenas uma: a de fazer com que as pessoas se aventurem na escrita e testem a sua criatividade, com algumas “regras e manobras” que tornam “tudo muito mais interessante”. “Há uma dinâmica, uma competição e dá para passar muitas horas a jogar”, referiu Pedro Chagas Freitas, que tem vindo a apresentar os dois kits em algumas livrarias, acolhendo, com agrado, o feedback positivo de miúdos e graúdos. “Ao fim de duas ou três horas, olhamos para o que foi feito e reparamos que escrevemos muito”, notou, sublinhando que o ato de escrever passa, efetivamente, de algo “custoso” para uma tarefa muito “natural”.

Crianças e adolescentes “leem muito mais” atualmente

PUBLICIDADE - CONTINUE A LEITURA A SEGUIR

Numa altura em que a Internet ocupa uma posição de destaque na nossa sociedade, o autor de “Prometo Falhar” afirma não ser “apologista da desgraça”, defendendo que “as crianças, agora, leem mais do que antigamente”. “Com as redes sociais, os emails, blogues e todas essas coisas, somos obrigados a ler muito mais”, frisou, admitindo que haverá sempre quem gosta e quem detesta ler. “Vejo muitos jovens nas minhas apresentações, portanto, pela minha experiência, não me parece que as crianças e os adolescentes leiam menos”, ressalvou.

fab_escrita3Estimular a aprendizagem

A utilização de jogos como a “Fábrica da Escrita” e o “Super Génio” em contexto escolar seria, segundo o escritor, uma boa estratégia para despertar a atenção dos estudantes. “Temos de ver, acima de tudo, do que é que o aluno gosta. Nos momentos de distração, ele está precisamente a pensar que vai jogar PlayStation, futebol ou outra coisa qualquer. Portanto, o jogo vai fornecer-lhe algo que ele aprecia, neste caso treinando a escrita ao mesmo tempo”, sublinhou, acrescentando que a mesma ferramenta pode ser aplicada à Matemática e a outras áreas de ensino. “É uma questão de percebermos como é que podemos jogar e aprender ao mesmo tempo”, apontou.

Para o escritor, a vertente artística – com a introdução da música, do teatro e até do cinema – é outra das que pode ser usada para uma aprendizagem “mais motivada”. Ainda assim, o autor reconhece que, tendo em conta os conteúdos que os professores têm de abordar nas aulas, resta-lhes “muito pouco tempo” para as restantes atividades. “Teria de haver uma alteração profunda para tornar os programas menos extensos e mais interessantes e para possibilitar a utilização deste tipo de metodologias, como já acontece em muitos países e sistemas de educação”, concluiu.

Texto: Mariana Albuquerque

PUBLICIDADE

PUB
www.pingodoce.pt/pingodoce-institucional/revista-sabe-bem/uma-pascoa-saborosa-com-a-sabe-bem/?utm_source=vivaporto&utm_medium=banner&utm_term=banner&utm_content=0324-sabebem78&utm_campaign=sabebem