Desde que se confirmaram os primeiros casos em Portugal, em março passado, que a pandemia de covid-19 começou a ter um impacto significativo no estado de saúde mental dos jovens, revelou um inquérito feito pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica.
De acordo com o estudo, elaborado para o Público e para a RTP, e citado por estes órgãos de comunicação, quase metade dos jovens entre os 18 e os 24 anos considera que o seu estado de saúde mental se agravou nos últimos meses, sendo no género feminino que este efeito é mais notório.
Por sua vez, entre o grupo populacional mais velho (65 anos ou mais), os efeitos nocivos da pandemia na saúde mental não se revelaram tão expressivos, com apenas 17% dos inquiridos a afirmar sentir-se pior do que no período pré-pandemia.
Um fenómeno que, como escreve o jornal Público, já foi detetado em estudos anteriores, com os idosos a revelarem-se menos afetados, tanto no que se refere a sintomas de depressão como de ansiedade e stress. “Talvez porque, como especulam os investigadores, já passaram por períodos muito complicados antes, o que lhes permite relativizar a situação atual”.
Em termos globais, para 62% dos inquiridos, o seu estado de saúde mental não se alterou com a pandemia, apesar de uma franja considerável (30%) garantir sentir-se pior.
Já no que diz respeito ao estado de saúde físico, apenas 15% dos inquiridos considera sentir-se pior, enquanto 79% afirma que o seu estado de saúde física se mantém igual. Dos que se sentem pior, a percentagem é novamente mais expressiva no género feminino.
Curiosamente, há ainda uma percentagem de inquiridos, ainda que pequena (6%), a assegurar sentir-se melhor agora.
A atuação do Sistema Nacional de Saúde (SNS) no combate à pandemia foi também um dos parâmetros avaliados no inquérito, realizado entre os dias 13 e 17 de julho a uma amostra de 1217 inquiridos, concluindo que para a grande maioria a resposta do SNS está a ser positiva. 37% afirma que a atuação tem sido “boa”, 14% “muito boa” e 38% “razoável”. Por sua vez, 10% dos inquiridos considera que a resposta dada tem sido “má” ou “muito má”.
Questionados sobre a possibilidade de o SNS ser capaz de aguentar com uma eventual segunda vaga de covid-19, mais de 60% dos inquiridos está convicto que sim, embora 36% se mostre duvidoso quanto a esse feito.