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Ordem do Carmo

Ordem do Carmo
Uma instituição cada vez mais aberta à cidade

Depois do encerramento do Hospital da Ordem do Carmo, iniciou-se também, por consequência, uma nova fase da instituição, agora cada vez mais aberta à comunidade, o que se vai sentir em inícios de 2018. O provedor Rui Barbosa conta-nos como.

Em 1736, encontrando-se no Porto alguns devotos de Nossa Senhora do Carmo, que em outras terras tinham recebido o hábito de Irmãos Terceiros da sua ordem, quiseram constituir-se em irmandade.
Conta-nos o provedor Rui Barbosa que o “requerimento foi apresentado ao Pe. Comissário dos Carmelitas Descalços, que deferiu a sua súplica dando-se início à Ordem no dia 13 de julho desse mesmo ano, com o lançamento do hábito a 12 irmãos que foram os iniciadores dessa obra grandiosa que ainda hoje perdura e continuará pelos tempos fora – a Venerável  Ordem Terceira de Nossa Senhora do Carmo do Porto”.
Carmo-3Refira-se que a Ordem teve a sua sede, de início, no Convento dos Carmelitas Descalços e, depois de ultrapassadas algumas divergências internas nos primeiros anos da sua existência, que tinha levado alguns irmãos a utilizarem a Capela de Nossa Senhora da Batalha como local de reunião, voltaram a unir-se em 1750, regressando ao Convento do Carmo os irmãos dissidentes.
A 13 de maio de 1751, o Prior dos Carmelitas portuenses e os seus religiosos concordaram em ceder aos Terceiros o terreno e umas casas onde estes haviam de edificar a sua Capela e Casas da Secretaria.
“Esta Ordem Terceira pretendia dedicar-se à assistência social: tratar os doentes, carenciados que não tinham onde viver”, revela Rui Barbosa.

As Valências
A Igreja da Ordem Terceira do Carmo
No dia 29 de agosto de 1756 lançou-se a primeira pedra para a construção da Igreja da Ordem Terceira do Carmo. As obras começaram imediatamente de modo a que a Capela-Mor fosse utilizável como uma pequena igreja, tendo aberto ao culto em 24 de julho de 1768 enquanto se continuava a construção do templo.
O projeto foi da autoria do arquiteto e pintor José de Figueiredo Seixas, embora a Ordem, após ouvir a opinião de Nicolau Nasoni, decidisse alterar o projeto do varandim do frontispício da igreja.
A fachada lateral toda revestida de magníficos azulejos, formando seis painéis, tem no painel maior a Imposição do Escapulário no Monte Carmelo. O autor do risco foi o artista italiano Slvestro Silvestri que, como gratificação, entrou em 1912 para Irmão da Ordem Terceira.  

O Hospital
Iniciaram-se as diligências para a sua construção em 1780, mas só a 6 de abril de 1791, a Ordem mandou finalmente dar início à obra.
O Hospital foi inaugurado a 8 de fevereiro de 1801 e manteve-se em atividade durante mais de 200 anos, tendo sido encerrado por decisão da Ordem, em 2012, depois de vários anos com elevadas perdas, não resistindo à concorrência dos grandes grupos privados que se instalaram no Porto.
Carmo-10Com o PER (Processo Especial de Revitalização) permitiu-se que a Ordem não entrasse em insolvência. Mas teve que, contudo, vender o hospital, processo que se formalizou em 2016. Tal implicou uma maior disponibilidade para pagar aos credores. “A situação está saneada financeiramente”, garante o provedor Rui Barbosa.

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O Asilo e Residências Senior
Em 1875, a Ordem do Carmo inaugurou um Asilo para recolher os irmãos pobres, dando início a uma atividade que se mantém ainda hoje através do seu atual Lar. Esta função social da Ordem, conjuntamente com a Residência Sénior, constituem atualmente as principais atividades da instituição.

Curiosidades
Durante as invasões francesas, o Hospital do Carmo destacou-se pelo elevado profissionalismo do seu pessoal médico e de enfermagem, tratando por igual solados franceses e portugueses, tendo sido objeto de manifestações de apreço de ambos os lados do conflito. Recorde-se que um regimento do General Soult ocupou as instalações do Convento dos carmelitas.

Carmo-13A casa bem estreita entre as igrejas do Carmo e dos Carmelitas  
Não esquecendo que entre a igreja do Carmo e dos Carmelitas há uma casa estreita, destinada a personalidades como o sacristão e que estará aberta ao público em janeiro de 2018.
A Ordem do Carmo apresenta nas suas instalações todo um espaço museológico que vai abrir-se ao público. A título de exemplo, as catacumbas, onde eram enterrados os provedores e mesários.
A este propósito também sugerimos a exposição patente no Museu Nacional Soares dos Reis, sob o tema das “Pratas da Ordem do Carmo”, referentes a encomendas a ourives, associadas a um ritual católico.

O cemitério de Agramonte
Entre 1801 e 1856 a Ordem dispunha de um cemitério na cerca das suas instalações, a poente do Hospital, onde estava autorizada a preceder ao enterramento dos seus mortos.
A partir de 1866, confrontada com a proibição de continuar os enterramentos no seu cemitério, é forçada a deslocá-lo para outro local. Iniciam-se negociações com a Câmara Municipal do Porto, que dispunha de um grande campo em Agramonte e em 1868 decide-se a Ordem pela sua compra, mandando executar obras de seguida, sendo o cemitério inaugurado e benzido em 1869.
Ainda hoje o maior cemitério privado no Porto é o cemitério da Ordem do Carmo, em Agramonte, com cerca de 2000 sepulturas das quais mais de 1000 são jazigos.

O presente e o futuro
Apesar da situação estar mais calma, as receitas da Ordem do Carmo ainda não são suficientes. “Há um desequilíbrio mensal ainda evidente”, diz-nos Rui Barbosa. Assim, neste sentido, pensa-se em construir um lar em meados de 2018, num prédio antigo do Carregal, de forma a caminhar-se a passos largos para o equilíbrio financeiro desejado.

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